segunda-feira, 3 de março de 2008

Liturgia: Missa; Quinta parte - Ação de graças



É o fim da missa, composta de Antífona chamada "comunhão", das duas últimas orações ou pós-comunhão, do Ite Missa est e de algumas preces suplementares.



Antífona de comunhão - Outrora, enquanto os fiéis iam comungando, o côro cantava um salmo inteiro ou, ao menos, um pedaço dele, conforme o tempo da cerimônia. Repetia-se a antífona. Atualmente, é só esta que o côro canta e o padre lê, e não já durante a comunhão mas logo depois. É antífona que varia conforme as missas e exprime sempre algum pensamento piedoso, referente à festa do dia.



Pós comunhão - Terminada a antífona da comunhão, o sacerdote volta-se ao meio do altar, saúda o povo (Dominus vobiscum) e convida-o a agradecer junto com ele os benefícios que Deus acaba de conceder pelo Santo Sacrifício e comunhão. Logo, a pós-comunhão é uma prece coletiva de ação de graças, de caráter idêntico ao da coleta e secreta, se bem que de objetivo diferente. A coleta encarece o sentido da festa do dia; A secreta diz respeito as oblações. E a pós-comunhão alude, ao mesmo tempo ao mistério e festividade do dia e à comunhão recebida.



Ite Missa est. Deo Gratias - O celebrante, depois de ler a pós-comunhão, dirige a assembléia uma última saudação. E então, por sua vez, o diácono voltando-se para os fiéis pronuncia a fórmula de despedida: Ite Missa est. Não quer dizer: "Ide, a missa acabou", ensina o cardeal Bona, mas sim: "Ide, é a despedida", porque a missa está no missio. O acólito responde: "Deo gratias". Em dias de jejum e de penitência, substitui-se o "Ite missa est" pelo "Benedicamus Domino", porque, naqueles dias, não despediam o povo. Tinham que ficar para rezar imediatamente depois da missa o ofício de Noa ou de Vésperas, como se pratica ainda nos mosteiros e nas catedrais. O "benedicamus Domino", cantado pelo diácono ou rezado pelo padre, é um convite para louvar a Deus. Também nas missas de finados, aos quais se segue regulamente as cerimônias de absolvição, o mesmo motivo fez substituir o Ite Missa est pelo "Requiescant in pace. Amém".



Preces suplementares - No século XVI, por ocasião de uma revisão no missal, o papa S. Pio V ordenou o Placeat, benção do sacerdote e a leitura do último evangelho.



A)Placeat: O sacerdote inclina-se profundamente no meio do altar e recita a seguinte oração, no qual pede humildemente a Deus que seja proveitoso, para si e para todos por quem foi oferecido, o divino sacrifício ora consumado.



P: Placeat tibi sancta Trinitas, obsequium servitutis meae; et praesta, ut sacrificium, quod oculis tuae majestatis indignus obtuli, tibi sit acceptabile, mihique et omnibus, pro quibus illud obtuli, sit, te miserante, propitiabile. Per Christum Dominum nostrum. Amen.



B) Benção: O rito da benção, é da antiguidade mais remota. As fórmulas são muitíssimas, variando com as solenidades e com as igrejas. O diácono convida os fiéis a inclinarem a cabeça para receberem a benção do pontífice:



P: Benedicat vos omnipotens Deus, Pater, et Filius + , et Spiritus Sanctus. R: Amen



C) Último Evangelho: Pelo século XIII, os sacerdotes, indo para a sacristia depois da missa, começavam a recitar, em voz baixa, o princípio do Evangelho de São João. Com o passar do tempo fora recitado em voz alta e logo depois de de se afastar do altar. Este princípio fora homologado por São Pio V.



P: Dominus vobiscum. R: Et cum spiritu tue.
P: Initium sancti Evangelii secundum Joannem. R: Gloria tibi Domine. P: In prinicipio erat Verbum, et Verbum erat apud Deum, et Deus erat Verbum. Hoc erat in principio apud Deum. Omnia per ipsum facta sunt, et sine ipso factum est nihil quod factum est. In ipso vita erat, et vita erat lux hominum: et lux in tenebris lucet, et tenebrae eam non comprehenderunt. Fuit homo missus a Deo, cui nomen erat Joannes. Hic venit in testimonium, ut testimonium perhiberet de lumine, ut omnes crederent per illum. Non erat ille lux, sed ut testimonium perhiberet de lumine. Erat lux vera quae illuminat omnem hominem venientem in hunc mundum. In mundo erat, et mundus per ipsum factus est, et mundus eum non cognovit. In propria venit, et sui eum non receperunt. Quotquot autem receperunt eum, dedit eis potestatem filios Dei fieri, his qui credunt in nomine ejus. Qui non ex sanguinibus, neque ex voluntate carnis, neque ex voluntate viri, sed ex Deo nati sunt. (De joelhos) ET VERBUM CARO FACTUM EST, et habitavit in nobis et vidimus gloriam ejus, gloriam quasi unigeniti a Patre, plenum gratiae et veritatis. R: Deo gratias.



D) Orações ao pé do altar: Em 1884, Leão XIII ordenou que se recitassem de joelhos, depois das missas rezadas, as seguintes orações:



Ave Maria, gratia plena, Dominus tecum. Benedicta tu in mulieribus, et benedictus fructus ventris tui, Jesus.
Sancta Maria, Mater Dei, ora pro nobis peccatoribus, nunc, et in hora mortis nostrae. Amen. (Três vezes)
SALVE REGINA
Salve Regina, Mater misericordiae. Vita, dulcedo, et spes nostra, salve. Ad te clamamus exsules filii Hevae. Ad te Suspiramus, gementes et flentes in hac lacrimarum valle. Eja ergo, Advocata nostra, illos tuos misericordes oculos ad nos converte. Et Jesum, benedictum fructum ventris tui, nobis post hoc exsilium ostende. O clemens, o pia, o dulcis Virgo Maria.
P: Ora pro nobis, sancta Dei Genitrix.
R: Ut digni efficiamur promissionibus Christi.
P: Oremus. Deus refugium nostrum et virtus, populum ad te clamantem propitius respice; et intercedente gloriosa et immaculata Virgine Dei Genitrice Maria, cum beato Josepho ejus Sponso, ac beatis Apostolis tuis Petro et Paulo, et omnibus Sanctis, quas pro conversione peccatorum, pro libertate et exaltatione sanctae Matris Ecclesiae, preces effundimus, misericors et benignus exaudi. Per eumdem Christum Dominum nostrum. Amen.
Sancte Michael Archangele, defende nos in praelio. Contra nequitiam et insidias diaboli esto praesidium. Imperet illi Deus, supplices deprecamur. Tuque princeps militiae caelestis, Satanam aliosque spiritus malignos, qui ad perditionem animarum pervagantur in mundo divina virtute in infernum detrude. Amen.
P: Cor Jesu sacratissimum, R: Miserere nobis. (Três vezes)



Fonte: Doutrina Católica - Manual de instrução religiosa para uso dos Ginásios, Colégios e Catequistas voluntários - Curso Superior - Terceira parte - Meios de Santificação - Liturgia - Livraria Francisco Alves - Editora Paulo de Azevedo Ltda - São Paulo; Rio de Janeiro; e Belo Horizonte - 1927



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