Será então necessário mostrar que, além do juízo particular para cada um, se fará outro geral para todos os homens.
Ora, os mortos deixam as vezes filhos que imitam os pais; descendentes e discípulos que seguem e propagam seus exemplos em palavras e obras. Esta circunstância aumenta necessariamente os prêmios ou castigos dos próprios mortos.
Tal influência, cujo caráter benefício ou maligno empolga muitos, só acabará no último dia do mundo. Convinha, então, fazer-se uma perfeita averiguação de todas essas obras e palavras, quer sejam boas, quer sejam más. O que, porém, não seria possível sem um julgamento geral de todos os homens.
Outro motivo ainda. Muitas vezes, os justos são lesados na reputação, enquanto os ímpios passam por grandes virtuosos. Pede a divina justiça que, numa convocação para o púlpito julgamento de todos os homens, possam os justos recuperar a boa fama, que lhes fora iniquamente roubada aos olhos do mundo.
Além disso, em tudo o que façam durante a vida, bons e maus não prescindem da cooperação de seus corpos. Daí decorre, necessariamente, que as boas e as más ações devem atribuir-se também aos corpos, que delas foram instrumento.
Era, pois, de suma conveniência que os corpos partilhassem, com as almas, dos prêmios da eterna glória ou dos suplícios, conforme houvesse merecido. Isto, porém, não poderia efetuar-se, sem a ressurreição de todos os homens, e sem um julgamento universal.
Como também a fortuna e a desgraça não fazem escolha entre bons e maus, era necessário provar que tudo é dirigido e governado pela divina sabedoria e justiça de Deus. Convinha, pois, não só reservar, na vida futura, prêmios aos bons e castigos aos maus, mas também decretá-los no juízo público e universal, que os tornasse mais claros e evidentes a todos os homens.
Desta forma, todos renderão louvores a Deus pela sua justiça e providência, em desagravo daquela injusta queixa com que as vezes os próprios santos, por sentimento humano, se lastimavam, ao verem os maus na posse de grandes cabedais e dignidades.
O profeta dizia: Meus pés estiveram a ponto de vacilar. Por pouco se não transviaram meus passos, porque me enchi de zelo contra os maus, quando observava a vida leviana dos pecadores" (Sal 72, 2-3). Mais adiante: "Eis que, sendo pecadores, e favorecidos pelo mundo, eles conseguiram riquezas. E eu disse: Então não me adiantou aguardar puro meu coração, e lavar em inocência minhas mãos; em ser torturado o dia inteiro, e padecer aflição desde o romper da madrugada.
Por conseguinte, precisava haver um juízo Universal, a fim de que os homens se não pusessem a comentar que Deus passeia pelos quadrantes do céu, e que pouco se lhe dá a sorte das coisas terrenas (Jó 22,14). Com toda a razão foi incluída a fórmula desta verdade nos doze artigos do Credo, para apoiar, com a força da doutrina, os ânimos que duvidem da providência e justiça de Deus.
Ora, os mortos deixam as vezes filhos que imitam os pais; descendentes e discípulos que seguem e propagam seus exemplos em palavras e obras. Esta circunstância aumenta necessariamente os prêmios ou castigos dos próprios mortos.
Tal influência, cujo caráter benefício ou maligno empolga muitos, só acabará no último dia do mundo. Convinha, então, fazer-se uma perfeita averiguação de todas essas obras e palavras, quer sejam boas, quer sejam más. O que, porém, não seria possível sem um julgamento geral de todos os homens.
Outro motivo ainda. Muitas vezes, os justos são lesados na reputação, enquanto os ímpios passam por grandes virtuosos. Pede a divina justiça que, numa convocação para o púlpito julgamento de todos os homens, possam os justos recuperar a boa fama, que lhes fora iniquamente roubada aos olhos do mundo.
Além disso, em tudo o que façam durante a vida, bons e maus não prescindem da cooperação de seus corpos. Daí decorre, necessariamente, que as boas e as más ações devem atribuir-se também aos corpos, que delas foram instrumento.
Era, pois, de suma conveniência que os corpos partilhassem, com as almas, dos prêmios da eterna glória ou dos suplícios, conforme houvesse merecido. Isto, porém, não poderia efetuar-se, sem a ressurreição de todos os homens, e sem um julgamento universal.
Como também a fortuna e a desgraça não fazem escolha entre bons e maus, era necessário provar que tudo é dirigido e governado pela divina sabedoria e justiça de Deus. Convinha, pois, não só reservar, na vida futura, prêmios aos bons e castigos aos maus, mas também decretá-los no juízo público e universal, que os tornasse mais claros e evidentes a todos os homens.
Desta forma, todos renderão louvores a Deus pela sua justiça e providência, em desagravo daquela injusta queixa com que as vezes os próprios santos, por sentimento humano, se lastimavam, ao verem os maus na posse de grandes cabedais e dignidades.
O profeta dizia: Meus pés estiveram a ponto de vacilar. Por pouco se não transviaram meus passos, porque me enchi de zelo contra os maus, quando observava a vida leviana dos pecadores" (Sal 72, 2-3). Mais adiante: "Eis que, sendo pecadores, e favorecidos pelo mundo, eles conseguiram riquezas. E eu disse: Então não me adiantou aguardar puro meu coração, e lavar em inocência minhas mãos; em ser torturado o dia inteiro, e padecer aflição desde o romper da madrugada.
Por conseguinte, precisava haver um juízo Universal, a fim de que os homens se não pusessem a comentar que Deus passeia pelos quadrantes do céu, e que pouco se lhe dá a sorte das coisas terrenas (Jó 22,14). Com toda a razão foi incluída a fórmula desta verdade nos doze artigos do Credo, para apoiar, com a força da doutrina, os ânimos que duvidem da providência e justiça de Deus.
(Fonte: Catecismo da Igreja Católica - 1962 - Ed. Vozes)
Um comentário:
Como é verdadeira a afirmação que muitas vezes nos comparamos com os maus, aqueles que não amam a Deus, por suas posses e favores que recebem do mundo, nossas limitações humanas nos levam a esses pensamentos, e Jesus nos lembrando sempre "o Meu reino não é desse mundo".
Abraços em Cristo
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