quinta-feira, 28 de junho de 2007

Festa dos Apóstolos São Pedro e São Paulo





Toda a Igreja está em festa neste dia "consagrado pelo martírio dos Apóstolos Pedro e Paulo". Nas duas grandes basílicas que se elevam em Roma sobre o túmulo destes dois príncipes " que pela cruz e pela espada conquistaram lugar de honrar no senado da vida eterna" celebrava-se outrora um duplo sacrifício. Mais tarde, por causa da grande distância que separava as duas Igrejas cindiu-se a festa e consagrou-se o dia 29 especialmente a São Pedro e o dia 30 a São Paulo. A missa de hoje dá particular relevo às prerrogativas de São Pedro, a proteção especialíssima que Deus lhe dispensou e a confiança que a Igreja deposita na intercessão dos dois grandes apóstolos a quem deve a origem. Ao cantar "tu é Petrus" sabem todos que as prerrogativas do príncipe dos apóstolos continuam na pessoa dos pontífices, sucessores dele e da sede de Roma e que pode confiar numa providência particularíssima de Deus sobre o vigário de Cristo, o qual preside na hora atual os destinos da Igreja.


Celebremos pois com grande alegria a festas destas duas colunas da nossa amada Igreja católica. Neste momento em que a Igreja e o mundo ocidental passam por uma crise terrível de fé, moral e ética, não podemos nos desanimar e ser levados por correntes contrária a fé que o próprio Deus nos depositou. Muitos são os ataques à Igreja de Cristo na Terra. Recordo-vos pois que estes ataques acompanham a Igreja desde sua origem à dois mil anos atrás. Atacaram e continuam atacando a divindade de Cristo, a virgindade perpétua da santíssima Virgem e muitas outras verdades de fé, que a Igreja para preservar a pureza de sua doutrina teve que organizar Concílios durante estes vinte séculos de cristianismo. Os ataques chegam a tamanho absurdo que muitos dizem que o Papa não é uma hierarquia instituída pelo Senhor negando pois a passagem do evangelho "Tu és Pedro e sobre esta pedra erguerei a minha Igreja, e as portas do inferno jamais prevalecerão contra ela. Te dou as chaves do reino dos Céus, tudo o que ligares na terra será ligado nos céus e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus" (Mt 16,18-19). Meus caros irmãos, poderia citar muitas outras passagens em que Jesus colocou São Pedro em uma posição Hierárquica acima dos demais apóstolos mudando o nome do apóstolo Simão para Pedro (Céfas que significa rocha). Preferível, é pois, confiar os que estão nas trevas do erro nas mãos do Espírito Santo. Deus nosso Senhor continue iluminando sua Igreja para que seja a porta do céu de seu reino aos homens. Amém.

Teologia Ascética e Mística: A Soberba




"O orgulho diz Bossuet, é uma depravação mais profunda; por ele o homem, entregue a si mesmo, considera-se seu próprio Deus, pelo excesso do seu amor-próprio". Esquecendo que Deus é seu primeiro princípio e último fim, estima-se a si mesmo em excesso, aprecia as verdadeiras ou pretensas qualidades, como se foram suas, sem as referir a Deus. Daí esse espírito de independência ou de autonomia que o leva a subtrair-se à autoridade de Deus ou dos seus representantes; esse egoísmo que o inclina para si mesmo como se fora seu próprio fim: essa vã complacência que se deleita na própria excelência, como se Deus não fosse dela o autor.


Os efeitos do orgulho são deploráveis: é o maior inimigo da perfeição: 1) porque rouba a Deus a glória, e por isso mesmo nos priva de muitas graças e merecimentos, pois Deus não quer ser cumplice da nossa soberba; 2) é a fonte de numerosos pecados: pecados de presunção, punidos com quedas lamentáveis e vícios odiosos; de desânimo, quando o orgulho vê que caiu tão baixo; de dissimulação, porque lhe custa confessar as suas desordens; da resistência aos superiores, de inveja e ciúme a respeito do próximo, etc.


O remédio para tal mazela em primeiro lugar é o reconhecimento de que Deus é o autor de todo bem e que, sendo o primeiro princípio de nossas ações, deve ser o último fim. Este é o remédio que sugere São Paulo Apóstolo: "Que tem tu que não tenhas recebido? E se o recebeste, porque te glorias, como se não houveras recebido?" Donde conclui que todas as nossas ações devem tender à glória de Deus.


Como, porém, a nossa natureza nos leva constantemente a buscar-nos a nós mesmos, é necessário para reagir contra essa tendência, lembrando-nos mesmo não somos mais que nada e pecados. Há em nós sem dúvida, boas qualidades naturais e sobrenaturais, que soberanamente devemos estimar e cultivar; mas como estas qualidades vem de Deus, não é porventura a Deus que por causa delas devemos glorificar? Quando um artista saiu com uma obra-prima, a quem se devem os elogios? À tela ou ao seu autor?




(Fonte: Compêndio da teologia Ascética e Mística - Livraria Apostolado da Imprensa: 1960)

terça-feira, 26 de junho de 2007

Catecismo Online: Creio em Deus II



Quão superior não deve ser, aos nossos olhos, o conhecimento que a fé nos dá da essência divina, para qual a contemplação da natureza não leva em geral todos os homens, enquanto a luz da fé propriamente o franqueia a todos os crentes?


Tal conhecimento está depositado nos artigos do Símbolo. Explana-nos a unidade da essência divina, a distinção das três pessoas. Ensina-nos que o último fim do homem é o próprio Deus, do qual deve o homem esperar a posse da celestial e eterna felicidade, segundo a qual a doutrina de São Paulo: "Deus retribuirá aos que o procuram"(Heb 11, 6).


Para mostrar a grandeza dessa recompensa, e como a inteligência é de si mesma incapaz de imaginá-la, o profeta Isaías disse muito antes do mesmo Apóstolo: "Nunca ninguém ouviu, nem ouvido algum percebeu, nem olhar algum enxergou, a não serdes vós, ó meu Deus, o que tendes preparado para os que em vós esperam"(Is 64, 4).


Das explicações dadas, segue-se também a obrigação de confessar que há um só Deus, e não vários deuses. A razão é óbvia. A Deus atribuímos suma bondade e perfeição. Ora, em vários seres não pode havê-la em grau sumo e absoluto. Se a um deles falta alguma coisa para ser sumamente perfeito, é imperfeito, e por isso mesmo não lhe compete a natureza divina.


Não devemos estranhar as sagradas escrituras, por vezes, aplique o nome de "deuses" a seres criados. Quando chama de deuses aos juízes e profetas (Eph 4, 5), não o faz à moda dos gentios que, louca e impiamente, imaginavam a existência de várias divindades. Como tal expressão, quer apenas designar algum poder ou encargo extraordinário, que lhes foi confiado pela munificência de Deus.


A fé cristã crê, pois, e confessa que Deus é uno em natureza, substância e essência, conforme o definiu o Símbolo do Concílio de Nicéia, em confirmação da verdade (já que o dogma é apenas a confirmação de uma verdade de fé já existente e que após ser cuidadosamente estudada, é considerada pela autoridade eclesiástica como uma verdade incontestável). Mas subindo mais alto, ela crê de tal maneira em Deus Uno que, ao mesmo tempo, adora a unidade na Trindade, e a Trindade na unidade. E desse mistério que iremos tratar na próxima aula.
(Fonte: Catecismo da Igreja Católica - Ed. Vozes)

sábado, 23 de junho de 2007

24 DE JUNHO - SOLENIDADE DA NATIVIDADE DE SÃO JOÃO BATISTA




Profeta do altíssimo, foi no antigo testamento figurado já por Isaías e Jeremias e de modo superior consagrado no ventre materno para anunciar o redentor e preparar os homens para anunciar o Redentor e preparar os homens para sua vinda. O evangelho refere os prodígios que acompanharam seu nascimento. Zacarias dá ao filho um nome que Deus lhe indicara pelo anjo e logo recupera a voz que perdera e cheio do Espírito Santo prediz o glorioso destino da criança; "Irás a frente do Altíssimo para aplanar os caminhos e anunciar ao povo a sabedoria da salvação". Gabriel dissera ao velho sacerdote que muitos seriam os que se haviam de regozijar com o nascimento do seu filho. Ele era com efeito a aurora da salvação e é ainda como tal que a Santa Igreja nos convida a celebrar todos os anos no dia 24 de Junho. Considerado o nascimento do Batista uma espécie de Natal do estio (Hemisfério Norte), prelúdio do Natal do Salvador e inteiramente pendente dele.

Santo Agostinho viu nas datas respectivas das duas festas, 24 de junho e 25 de dezembro, o símbolo duma relação essencial entre ambas. O nascimento do Batista ocorre numa data em que os dias (no hemisfério norte) se apaga diante daquele que anuncia e cuja influência irá gradualmente crescendo, porque "é necessário que ele cresça e eu diminua".

As fogueiras de São João derivam de uma velha tradição popular que acende pelos outeiros e que vem completar a solenidade litúrgica, simbolizando a luz que surge das trevas.

Peçamos a São João Batista que continue junto de nós o seu papel de percursor e que nos guie nos caminhos da vida eterna, e que São João Batista rogue por nós e por toda a Igreja universal.

domingo, 17 de junho de 2007

3º Domingo depois de Pentecostes


A liturgia de hoje canta os tesouros insondáveis da misericórdia divina para com os homens. Como Jesus, que não veio chamar os justos e sim os pecadores, o Espírito Santo, que continua a ação benéfica e redentora de Cristo entre os homens, estabelece o reino de Deus na alma pecadora.

O evangelho é o da ovelha perdida e do bom pastor, que deixa as noventa e nove no deserto e vai procura-la pelas fragas e algares das ilusões da vida e a reconduz aos ombros para a segurança e fartura do aprisco. A Epístola expõe por sua vez os perigos a que as ovelhas do Senhor andam continuamente expostas. Vigiai, diz São Pedro, porque o Diabo inimigo rodeia-vos como leão rugidor, resisti-lhe firmes na fé. Este aviso anda, evidentemente, sempre acompanhado da certeza de que Deus é nosso protetor e de que não nos poderá faltar se o invocarmos. E lembrando-nos de Saúl e do fim que teve por se ter orgulhado contra o Senhor e desobedecido suas leis, façamos da nossa miséria motivo para pedir a Deus, "sem o qual nada é santo", que leve a cabo em nós a sua obra de misericórdia, a fim de que guiados por ele não percamos os bens eternos pelo engano dos temporais.


( Fonte: Missal Quotidiano - 1950)

sexta-feira, 15 de junho de 2007

SOLENIDADE DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS






Nos séculos XVI e XVII o protestantismo e o Jansenismo procuravam deformar ou mesmo abolir por completo um dos dogmas essenciais do cristianismo - o amor de Deus aos homens. Era pois necessário que o Espírito de amor que orienta a Igreja, encontrasse meio novo de se opor à heresia nascente, por que a esposa de Cristo, longe de ver diminuir o seu amor a Jesus Cristo, o sentisse crescer cada vez mais. Foi então que apareceram os grandes precursores do novo culto ao Coração de Jesus, já precedidos na Idade Média pelas grandes figuras beneditinas de Gertrudes e Matilde. São João Eudes foi o primeiro a lançar o grito de alerta contra os perigosos e subversivos discípulos de Jansénio e instituiu em 1670 a missa e o ofício do Sagrado Coração de Jesus para uso particular da congregação que fundara. Pouco depois, em 1675, escolheu a providência uma filha espiritual de São Francisco de Sales, Santa Margarida Maria Alacoque, a qual Jesus mostrou o seu Coração em Paray Le Monial no segundo domingo depois de Pentecostes e pediu que estabelecesse uma festa do Sagrado Coração de Jesus na primeira sexta-feira depois deste mesmo domingo. Em 1765, Clemente XIII aprovou a festa e o ofício do Sagrado Coração e em 1856 o Papa Pio IX estendeu-a à Igreja universal. Em 1929, Pio XI compôs missa e Ofício novos para esta festa.



Suávi jugo tuo domináre, Dómine, in médio inimicórum tuórum.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

13 de Junho: Santo Antônio de Padua e Lisboa





Antônio, cujo o nome de registro é Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo, nasceu em Lisboa em 1195. Entrou aos 15 anos no colégio dos cônegos regulares de Santo Agostinho. Em apenas nove meses se aprofundou tanto nos estudos das sagradas escrituras que mais tarde foi chamado por São Gregório IX "arca do testamento".


Fernando ao admirar a determinação e a coragem dos mártires franciscanos que derramara o próprio sangue em terras africanas, decide entrar na ordem dos frades mendicantes de Coimbra, com o nome de Antônio Olivares.


Durante viagem para o Marrocos, onde pode ficar apenas por alguns dias por causa de sua hidropisia, um acidente arrastou sua embarcação para as costas da Sicília. Morou alguns meses em Messina, no convento dos franciscanos, cujo pior o levou consigo a Assis para o Capítulo geral. Aqui Antônio conheceu pessoalmente a São Francisco de Assis.


Antônio teve finalmente uma morada fixa no convento de Arcella, a um quilômetro dos muros de Pádua. Daí saia para pregar aonde quer que fosse chamado. Em 1231, ano quem que sua pregação atingiu o vértice de intensidade e se caracterizou por conteúdos sociais. Antônio foi atingido por doença inesperada e foi transportado do convento Camposampiero à Pádua num carro de feno.


Morreu em Arcella a 13 de junho de 1231. "O Santo" como já era aclamado, foi canonizado em pentecostes de 1232, apenas um ano após sua morte, apoiado por uma popularidade que sempre crescia de época em época.




(Fonte: Um santo para cada dia - Ed. Paulus - 1996)



Catecismo Online: Creio em Deus...


Estas palavras dão a conhecer a dignidade e excelência da sabedoria cristã, e por ela o quanto devemos à bondade divina que nos leva, sem demoras de raciocínio, a conhecer como que pelos degraus da fé o ser mais sublime e desejável.

Existe, realmente, grande diferença entre a filosofia cristã e a sabedoria deste mundo. Guiada só pela luz da razão, pode esta desenvolver-se aos poucos, pelo conhecimento dos efeitos e pela experiência dos sentidos. Mas só depois de longos esforços é que chega afinal a contemplar, com dificuldade, "as coisas mais invisíveis de Deus"; a reconhecer e a compreender Deus como causa primeira e autor de todas as coisas.

A fé, pelo contrário, aumenta de tal maneira a penetração natural do espírito, que este pode sem esforço elevar-se até o céu, e, inundado de luz divina, contemplar primeiramente o próprio foco de toda luz, e de lá todas as coisas colocadas debaixo de seu clarão.

Com efeito não se pode chegar a Deus, o mais transcendente dos seres, através das leis da natureza, enquanto durar a vida presente. Sendo assim é necessário que nossa alma se desfaça totalmente das faculdades sensitivas.

Esta é a causa por que os filósofos nada de imperfeito poderiam admitir a natureza divina afastando lhe tudo que se referia a matéria, crescimento, composição. Atribuindo-lhe, pelo contrário, a suma plenitude de todos os bens.

Chamavam-lhe sábio, autor e amigo da verdade, justo, supremo, benfeitor. Deram-lhe ainda outros atributos que exprimem uma perfeição suma e absoluta. Nele reconheciam um poder imenso e absoluto, que abrange todos os tempos, todos os lugares, e chega a todas as criaturas.


(Fonte: Catecismo da Igreja Católica - Ed. Vozes - 1962)

sábado, 9 de junho de 2007

2º Domingo Depois de Pentecostes



A Igreja fixou a celebração da festa do Corpo de Deus na quinta-feira que segue o primeiro domingo depois de pentecostes. Uma coincidência feliz colocou-a entre os dois domingos em que a epístola e o evangelho falam sobre a misericórdia divina e do dever da caridade fraterna que daí deriva para todos os homens. No evangelho do segundo domingo lemos que o reino dos céus é semelhante a um banquete nupcial. E nada pode simbolizar melhor, com efeito, a sagrada eucaristia, que é o banquete por excelência da união das almas com Jesus Cristo, seu esposo, e com todos os membros do corpo místico.


Comentando a parábola do banquete São Gregório tem observações de fina penetração psicológica, quando, depois de notar que o homem é naturalmente inclinado a arrastar o coração pelas alegrias da terra, constata que, sempre que o faz, não tarda a sentir o tédio; ao passo que basta que prove as do espírito para nunca mais delas se saciar e crescer continuamente em si o desejo delas. Depois continua São Gregório a dizer: Provai e vede como o Senhor é bom. Não lhe podereis conhecer a suavidade se o não provais. Mas tocai com o paladar do coração o alimento da vida, para que, verificando o quanto é bom e suave, o passai realmente amar como convém. O homem quando pecou no paraíso, perdeu o direito e o prazer destas delícias, e saiu de lá, quando fechou a boca ao alimento das suavidades eternas. Donde nascidos neste exílio amargo, viemos já com fastio e ignoramos o que devemos desejar. O que é necessário é escutar o apelo do evangelho de e desprendermo-nos dos bens da terra para nos prendermos aos do Céu.

Catecismo Online: Creio em Deus Pai Todo-Poderoso...


Estas palavras querem dizer: creio com toda a certeza, e sem nenhuma hesitação confesso a Deus Pai, a primeira pessoa da Santíssima Trindade, que pela virtude de sua onipotência criou do nada o próprio céu, a terra e tudo que se contém em suas dimensões; que sustenta e governa todas as coisas criadas. Não só de coração creio, e de boca o confesso, mas com o maior afeto filial piedade a ele me entrego, por ser o bem sumo e perfeito.

Neste lugar a palavra "creio", não tem a significação de "pensar", "julgar" ou "dar opinião". Conforme a doutrina da sagrada escritura, significa uma adesão absolutamente certa. Pela qual a inteligência aceita, com firmeza e constância, os mistérios que Deus lhe manifesta.

A concluirmos pelo que foi dito, quem recebeu o celestial conhecimento da fé, já não sente o desejo de investigar só por curiosidade. Quando nos deu o preceito de crer, Deus não nos incumbiu de sondar os juízos divinos, nem de lhes aferir as causas e razões. Prescreveu-nos, ao contrário, uma fé inalterável, cuja ação faz a alma repousar no conhecimento da verdade.


(Fonte: Catecismo da Igreja Católica)

quinta-feira, 7 de junho de 2007

SOLENIDADE DE CORPUS CHRISTI A FESTA DO CORPO DE DEUS (preceito)






Depois do dogma da Santíssima Trindade, é o da Incarnação do Verbo que a Igreja nos recorda, convidando-nos a celebrar com alegria o sacramento por excelência que dá a Deus glória infinita e aplica às almas os frutos da Redenção. Foi pela cruz que o Senhor nos resgatou e a Santíssima Eucaristia instituída nas vésperas da paixão, é o memorial sempre novo e sempre vivo dos sofrimentos do Senhor. O altar é sempre a presença do Calvário em todos os Tempos. A missa renova a memória da Paixão e morte de Senhor. Jesus está lá com efeito em estado de vítima, por que as palavras da dupla consagração nos mostram que o pão se mudou no corpo do Senhor e o vinho no Sangue. De maneira que por esta dupla ação de efeitos diferentes que constitui São Tomás, a essência do sacrifício, reconhecemos a imolação de Cristo, quer dizer, a separação de seu corpo e de seu sangue, ainda que Jesus se conserve em cada uma das espécies. É assim que o salvador, que é sacerdote principal do sacrifício da missa, se imola e oferece realmente renovando de modo incruento a imolação cruenta do Calvário.

A Eucaristia foi instituída à maneira de alimento para que sendo, trigo de Deus, fortifica as almas, nos dê parte em sua vida divina e nos una a Jesus Cristo, e por Ele ao Pai no amor do Espírito Santo.

Procuremos afervorar-nos na devoção ao Corpo e Sangue de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo que assim facilmente alcançaremos os frutos da redenção.



Pange Lingua gloriosi Corporis mysterium...

sábado, 2 de junho de 2007

FESTA DA SANTÍSSIMA TRINDADE (1º Domingo depois de pentecostes)






O Espírito Santo cujo advento celebramos no dia de Pentecostes veio nos recordar neste última parte do ano (do pentecostes ao advento, 6 meses). O dogma fundamental em torno do qual todo o cristianismo gravita é este da Santíssima Trindade, de quem tudo nos vem e a todos os que receberem o sinete do seu nome deve regressar. Depois de nos lembrar no decorrer do ano litúrgico o Pai Criador, o Filho Redentor e o Espírito Santificador e regenerador das almas, a Igreja recapitula hoje antes de mais os elementos fundamentais ao grande mistério em que adoramos a Deus uno em natureza e trino em pessoas.


O dogma da Santíssima Trindade aparece constantemente na Liturgia da Igreja. É em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo que se começa e acaba a missa, ofícios litúrgicos e os sacramentos. Todo salmo e fecham pelo Gloria patri.


Até o Século XII era comum representar o Pai por uma mão que saia das nuvens do céu a abençoar. Nos séculos XIII e XIV começou a aparecer a face e depois o busto inteiro. A partir do século XV começou o Pai a ser representado por um ancião usando vestes pontificais. Até o século XII a segunda pessoa da Santíssima Trindade era figurada com mais freqüência pela cruz ou pelo cordeiro, ou ainda por um jovem gracioso do jeito de Apolo do paganismo. A partir do século XV, a terceira da santíssima trindade, assume proporções de um homem, semelhante ao Pai e o Filho, somente com a pomba nas mãos ou na cabeça para distinguir das outras pessoas. Depois do século XVI a pomba volta a tomar o lugar exclusivo na representação do Espírito Santo.






Benedicta sit sancta Trinitas atque indivisa Unitas.