segunda-feira, 30 de julho de 2007

Retrospecto do mês: uma análise sobre os acontecimentos do mês de Julho e antecedentes



gradecendo a Deus por mais um mês que se encerra, e desde já agradecendo pelo início de mais um mês. Nós damos graças a Deus Nosso Senhor pelo dom da vida e pedindo pelas almas do fiéis falecidos que não puderam terminar o mês entre nós.


O mês de julho de 2007 foi sem dúvida um mês marcado por altos e baixos. Isso se deve a grande alegria promovida pelo evento esportivo dos jogos pan-americano, contrastando com a miséria e a violências das favelas cariocas, e com as condições precárias dos hospitais e instituições do Estado. Uma "alegria" esta interrompida pela tragédia que ocorreu no dia 17 deste mesmo mês, com um dos aviões de grande porte da TAM. Tragédia esta que levou mais de 190 vítimas. No âmbito moral e religioso, que é o que realmente importa para nós cristãos católicos, o que até o presente momento podemos tomar como lição para os próximos meses do ano? Vejamos uma pequena reflexão elaborada pela equipe do blog. Começamos o mês de Julho com duas excelentes notícias no campo da fé. A primeira se trata da liberação da missa no rito Tradicional, e a segunda trata-se do documento em que a Igreja Católica reafirmou sua Autoridade de verdadeira Igreja de Cristo. Ambos geraram desagrados de grupos opositores a Fé e a verdade. Seria ingenuidade nossa achar que tais fatos não fossem gerar críticas, já que estamos em um mundo extremamente hostil ao cristianismo. Mas o que importa realmente é que os que realmente seguem a ortodoxia católica, comemoram esse grande ato de Autoridade do Sumo Pontífice. Ficamos felizes, pois, num mundo em que ser católico a cada dia torna-se mais difícil, pela hostilidade ocasionada pelo laicismo e pela divulgação de velhas e novas heresias, que tem levado o mundo a um verdadeiro caos.


No nosso Brasil é evidente que a moral esteja em baixa. A corrupção que atinge os poderes máximos da federação, são apenas um reflexo de uma sociedade que perdeu o sentido moral no seu dia-a-dia. "Manifestações culturais" como Funk e Forró tem cada vez mais apelado para a sensualidade e vulgaridade. Letras de Músicas de Funk são compostas para exaltar o que há de mais baixo e vulgar no ser humano, recebendo o consentimento dos pais dos adeptos a este estilo musical, que tem ganhado mais apoio por conta da mídia. Além de vulgaridade o funk tem exaltado a violência, o uso de entorpecentes e o crime organizado. É natural que algo tão baixo chegue a esse ponto de favorecer o ilícito. O Forró que é uma música tão tradicional e usada nas festas juninas tem ganhado "artistas" que valorizam a sensualidade contida em suas letras vulgares.


Festas de origem cristãs como o Natal e Páscoa tem perdido o sentido para se tornar uma festa materialista e sem sentido. Podemos observar estes fatos analisando o Natal atual, que supervaloriza a figura de Papai Noel que na verdade é um São Nicolau capitalista e mundanizado. A Páscoa foi transformada pelo comércio num festival fútil do chocolate. Sumamente importante é afirmar que se o brasileiro quiser ter condições de vida semelhante aos padrões de potências industriais, vai ter que entender muito que seu estilo de vida favorece a corrupção geradora de miséria e violência.


Como o destaque da mídia foram os Jogos Pan-americanos no Rio de Janeiro, pagos pelo dinheiro do contribuinte, vamos nos abster destes fatos, para não ignorar as vítimas do pior acidente aéreo da história, que são mais vítimas do quadro de mediocridade que se tornou a vida neste país. Rezemos por estas vítimas para que suas almas descansem, e pedindo a Deus pelos nossos governantes. Rezar sim pelos nossos governantes, pois são eles os responsáveis pelo rumo e destino de mais de 180 milhões de brasileiros. Rezemos pela sua conversão e pedindo para que Deus Nosso Senhor os ilumine. Rezemos pelo povo brasileiro e que seu estilo de vida medíocre e sem conseqüências, mude para uma prudência, fé e caridade.


Entreguemos a proteção maternal de Nossa Senhora da Glória o mês que chega, que a Virgem da Glória ilumine nosso povo nos caminhos da verdade, que a Virgem da Assunção nos leve a ter uma vida coerente e longe da pornografia e da promiscuidade da vida atual. Que Nosso Senhor Transfigurado converta os pecadores, hereges e infiéis, e dê perseverança aos justos e alívio as almas do purgatório. Amém.

domingo, 29 de julho de 2007

9º Domingo depois de Pentecostes: "Não conheceste o tempo da tua visita"(Ev.)




A liturgia de hoje fala-nos dos castigos terríveis com que Deus há de punir os que renegam a Cristo. Perecerão Todos. Nenhum deles entrará no reino dos Céus. Pelo contrário, os que no meio das contrariedades e dos enganos deste mundo permanecem fiéis, serão arrancados das mãos dos inimigos e entrarão com o senhor para a glória do reino.
"Elias, diz Santo Agostinho, é a figura de Nosso Senhor Jesus Cristo. Foi perseguido pelos judeus, do mesmo modo que o Salvador, o verdadeiro Elias, foi rejeitado e desprezado por eles. Elias separou se do seu povo e Cristo abandonou a sinagoga e chamou para si os gentios." Arrancou Deus a Elias das mãos e da conspiração dos ímpios e arrebatou-o aos Céus num carro de fogo, do mesmo modo que libertou Cristo da espectativa dos seus inimigos e o fez subir ao Céu no dia da Ascensão. O triunfo do Salvador sobre aqueles que o odiavam, figurado pelo triunfo de Elias, deve ser também o nosso triunfo. Mas para isso, temos de permanecer fiéis ao Senhor sob pena de incorrermos dos castigos que vieram sobre os Judeus. São Paulo põe-nos de guarda contra este perigo e convida-nos a meditar na história de nossos pais: "Por que tudo o que sucedeu com eles é figura do que há de vir e foi escrito para nossa instrução, para nós que vivemos no fim dos tempos". No Evangelho os ensinamentos do Senhor, chorando sobre Jerusalém e expulsando do templo os vendilhões, são ainda uma lição de fidelidade. Procuremos assimilar bem estes pensamentos do ofertório, tão belos e tão sábios: "Os preceitos do Senhor são retos e dão alegria as almas: os seus juízos são mais suaves do que o mel puro dos favos. Por isso, ser-lhe-ei fiel.


Evangelho de Domingo:


+ Continuação do Santo Evangelho de São Lucas. Naquele Tempo: Aproximando-se Jesus de Jerusalém, ao ver a cidade, chorou sobre ela dizendo: Se ao menos neste dia, que te é dado, tu conhecesses ainda o que te pode te trazer a paz! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos. Porque virão para ti dias em que teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te apertarão por terra a ti e teus filhos, que estão dentro de ti, e não deixarão em ti pedra sobre pedra; porque não conheceste o tempo da tua visita. E, tendo entrado no templo, começou a expulsar os que vendiam e compravam nele, dizendo-lhes: Está escrito: A minha casa é uma casa de oração; e vós fizeste dela um covil de ladrões. E todos os dias ensinava no templo.
(Fonte Missal Quotidiano - Dom Gaspar Lefebvre - 1957)

sábado, 28 de julho de 2007

Teologia Ascética e Mística: A Luxúria




Assim como quis Deus que andasse em anexo um prazer sensível ao alimento, para ajudar ao homem conservar a vida, assim ligou um prazer especial aos atos pelos quais se propaga a espécie humana.

Este prazer é, conseguinte, permitido às pessoas casadas, contanto que usem dele para o nobilíssimo fim para que foi instituído o matrimônio, a transmissão da vida; fora do matrimônio, é rigorosamente interdito esse prazer. A despeito dessa proibição, há infelizmente em nós, a partir sobretudo dos anos da puberdade ou da adolescência, uma tendência mais ou menos violenta a experimentar esse prazer, até mesmo fora do matrimônio legítimo. É esta tendência desordenada que se chama luxúria, e é condenada em dois preceitos do decálogo: 6.º Guardar a castidade nas palavras e nas obras; 9.º Guardar a castidade nos pensamentos e nos desejos.
Não são, pois, somente proibidos os atos externos, senão também os atos internos consentidos, imaginações, pensamentos e desejos. E com toda a razão porque, se alguém se demora, de propósito deliberado, em imagens, em pensamentos desonestos, ou em maus desejos, logo os sentidos se perturbam, produzindo-se movimentos orgânicos, que muitas vezes serão prelúdio de atos contrário a pureza. Quem quiser, pois, evitar estes atos, tem que combater pensamentos e imaginações perigosas.

Toda vez que se quer ou procura diretamente o prazer mau, o prazer volutuoso, há pecado mortal. É que, de fato, é gravíssima desordem por em risco a conservação e propagação da raça humana. Ora, uma vez que se assentasse como princípio, que é lícito procurar o prazer da carne em pensamentos, palavras ou ações fora do uso legítimo do matrimônio, seria impossível por freio ao furor desta paixão, cujas exigências aumentam com as satisfações que se lhe concedem, e dentro em breve seria frustrado o fim do Criador.

Sob aspecto da perfeição, não há, depois do orgulho, obstáculo maior ao progresso espiritual que o vício impuro: a) Solitária ou cometida com outras pessoas, não tardam essas faltas em produzir atos tirânicos, que paralisam todo o ardor para a perfeição e inclinam a vontade para as alegrias grosseiras. Gosto da oração, desejo de qualquer virtude austera, aspirações nobres e generosas, tudo isso desaparece. b) A alma é invadida pelo egoísmo: o amor, que se tinha para os pais e os amigos, estiola-se e desaparece quase completamente; não resta mais do que o desejo de gozar, a todo preço dos prazeres maus: é uma verdadeira obsessão. c) Rompe-se, então, o equilíbrio das faculdades: é o corpo e a volúpia que manda; a vontade torna-se escrava desta ignominiosa paixão, e dentro em breve revolta-se contra Deus, que proíbe e que castiga esses prazeres maus.

Para resistir a paixão tão perigosa, requerem-se: convicções profundas, a fuga das ocasiões, a mortificação e a oração.

Convicções profundas, tanto sobre a necessidade de combater este vício como sobre a possibilidade de o vencer. O que dissemos da gravidade do pecado da luxúria mostra bem como é necessário evitá-lo, para nos não expormos às penas eternas. A estes motivos se podem acrescentar mais dois, tirados de São Paulo: 1º) Somos templos vivos da Santíssima Trindade, templos santificados pela presença do Deus de toda a santidade e por uma participação da vida divina. Ora, nada contamina mais este templo que o vício impuro que profana ha um tempo o corpo e alma, do homem batizado. 2º) Somos membros de Jesus Cristo, em quem somos incorporados pelo batismo; e, por conseguinte, devemos respeitar o nosso corpo como o corpo do próprio Cristo. E havíamos de profanar com atos contrários a natureza?! Não seria uma espécie de sacrilégio abominável procurar esse prazer grosseiro que nos abate ao nível dos irracionais?!

(Fonte: Compêndio da Teologia Ascética e Mística - Apostolado da Imprensa - 1961)

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Catecismo Online: Criador do Céu e da Terra...


O que agora vamos expor que a criação de todas as coisas mostrará claramente como era necessário explicar antes aos fiéis a noção da onipotência divina. Com maior facilidade acreditarão o milagre que se manifesta em obra tão grandiosa, se nenhuma duvida tiverem a respeito do imenso poder do Criador.

Pois Deus não formou o mundo de qualquer matéria, mas criou-o do nada, sem a tanto ser obrigado por violência estranha ou necessidade natural; mas por sua livre e espontânea vontade.
Nenhum outro motivo o impediu a criar o mundo, senão de comunicar sua própria bondade a todas as coisas que criasse. Possuindo por si mesmo toda a felicidade, a natureza de Deus não tem carência de coisa nenhuma, como o exprime o rei Davi: "Disse eu ao Senhor: Vós sois o meu Deus, e não tendes precisão de meus bens"(sal 15,1).

A inteligência divina possui, dentro de si mesma, a idéia exemplar de todas as coisas. Comtemplando, pois, em si mesmo essa idéia exemplar; e reproduzindo-a, por assim dizer, com a suma sabedoria e o infinito poder, que lhe são próprios, o supremo artífice (autor, inventor) criou no princípio todas as coisas do Universo. "Ele disse, e tudo foi feito; Ele mandou, e tudo foi criado" (Sal 148,5).

Na próxima postagem iremos detalhar a criação divina.

(Fonte: Catecismo da Igreja Católica - Ed, Vozes - 1962)

domingo, 22 de julho de 2007

8º Domingo depois de Pentecostes


O Espírito Santo que circula, por assim dizer, nas velas da Igreja, circula assim igualmente na vela de todos os fiéis e faz com que possamos dizer a verdade: "Pai-nosso que estais nos Céus" e que esperamos participar com Jesus Cristo na herança de Deus. Mas para merecermos entrar num dia nos tabernáculos eternos, é necessário que aqui na Terra vivamos realmente como filhos e que nos deixemos docilmente conduzir para onde nos levar o Espírito de Deus que deve orientar e informar toda a nossa vida. E aqui está aquela sabedoria cristã que a Igreja nos aconselha a pedir na oração da missa e que o Evangelho louva e diz que, em matéria de espírito, ultrapassa a previdência dos filhos dos séculos das coisas da Terra.

(Fonte Missal Quotidiano - Dom Gaspar Lefebvre - 1957)

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Teologia Ascética e Mística: A Gula



A gula não é senão o abuso do prazer legítimo que Deus quis acompanhasse o comer e o beber, tão necessário à conservação do indivíduo. Vamos expor aqui este pecado capital que é um dos que estão anexos a sensualidade.

A natureza da gula é o amor desordenado dos prazeres da mesa, da bebida ou da comida. A desordem consiste em procurar o prazer do alimento, por si mesmo. Considerando-o explicitamente como um fim, a exemplo daqueles que fazem do seu ventre um deus, "quorum Deus venter est"; ou em procurar com excesso, sem respeitar as regras que dita a sobriedade, algumas vezes até com o prejuízo da saúde.

A malícia da gula vem de escravizar a alma ao corpo, materializar o homem, enfraquecer sua vida intelectual e moral, preparando-o, por um pendor insensível, ao prazer da volúpia, que, em substância, é do mesmo gênero. Para lhe determinarmos com precisão a culpabilidade, importa fazer esta distinção.

A gula é falta grave, quando chega a excessos tais que nos torne incapazes, por tempo notável, de cumprir os nossos deveres de estado ou obedecer as leis divinas e eclesiásticas; por exemplo, quando prejudica a saúde, quando dá origem a despesas irresponsáveis, que põe em risco os interesses da família, e quando leva a faltar às leis da abstinência ou do jejum. O mesmo se diga, quando se torna de faltas graves.

A gula não passa de falta venial, quando alguém sede aos prazeres da mesa imoderadamente, mas sem cair em excessos graves, sem se expor a infringir qualquer preceito importante.
Sob o aspecto da perfeição, é a gula um obstáculo sério: 1) que prepara a alma para capitulações perigosas; 2) é fonte de muitas faltas, produzindo uma alegria excessiva, que leva a dissipação, a loquacidade, aos gracejos de gosto duvidoso, à falta de recato e modéstia, e abre assim a alma aos assaltos do demônio.

O princípio que nos deve dirigir na luta contra a gula, é que o prazer não é o fim, senão meio, e que, por conseguinte, deve ser subordinado a razão iluminada pela fé. Ora, a fé diz-nos que é necessário santificar os prazeres da mesa com pureza de intenção, sobriedade e mortificação.

(Fonte: Compêndio de Teologia Ascética e Mística - Apostolado da Imprensa - 1961)

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Catecismo Online: Deus Pai Todo poderoso...



Por via de regra, a Sagrada Escritura emprega muitas expressões para indicar o sumo poder e a imensa majestade de Deus. Mostra-nos, assim, com quanto respeito devemos venerar seu Nome Santíssimo.

Deus declara de si mesmo: "Eu sou o Senhor Todo-Poderoso" (Gen 17,1). Quando ensinava os filhos a José, Jacob rezou por eles: "Meus Deus, o Todo-Poderoso, vo-lo torne propício!"(Gen 43,14) - No Apocalipse também está escrito: "O Senhor Deus, que é, e que era, e que há de vir: o Todo-Poderoso"(Apoc 1,8). Noutra passagem fala "do grande dia de Deus Todo-Poderoso"(Apoc 16,44).

Algumas vezes, enuncia-se o mesmo atributo por meio de paráfrases. Assim acontece nas seguintes passagens: "A Deus, nada é impossível"(Lc 1,37). "Porventura, a mão do Senhor já não terá força?"(Num 11,23) - "Em Vossa mão está usar de poder, quando quiserdes"(Sap 12,18). - E outras mais, do mesmo sentido, que se resumem indubitavelmente nesta única palavra: Todo-Poderoso.

O conceito de Todo-poderoso nos dá a entender que nada existe, nada se pode pensar ou imaginar que Deus não tenha a virtude de realizar. Apesar de poder tudo, Deus não pode todavia mentir, nem enganar, nem ser enganado, nem pecar, nem perecer, nem ignorar coisa alguma. São deficiências que ocorrem numa natureza, cuja operação é imperfeita.

Além disso, não há nada o que mais concorra para firmar nossa fé e esperança do que a convicção, profundamente gravada em nossas almas, de que a Deus nada é Impossível (Lc 1,37).
Tudo o que nos for necessário crer, por grandes e e admiráveis que sejam os mistérios, por mais que transcendam as leis ordinárias da natureza, a razão humana os aceitará com facilidade, uma vez que tenha uma noção exata da onipotência de Deus. Quanto mais sublimes as verdades que vem de Deus, tanto maior sua presteza em aceitá-las.

Quando tem de se esperar algum benefício, [o cristão] nunca arrefece ante a grandeza do bem almejado. Sente pelo contrário, sua coragem e esperança crescerem com a idéia de que a Deus Todo-Poderoso nada é Impossível.

Se neste artigo dizemos que o Pai é Todo-Poderoso, ninguém caia no erro de pensar que só a ele atribuímos este predicado, de sorte que não seja também comum ao filho e ao Espírito Santo. Como afirmamos que o Pai é Deus, que o filho é Deus, e que o Espírito Santo é Deus; assim também dizemos que 0 Pai é Todo-Poderoso, que o filho é Todo-Poderoso, que o Espírito Santo é Todo-Poderoso, sem contudo asseverarmos que haja três onipotências, mas sim um só Onipotente.

Esta fé leva-nos afinal a reconhecer e proclamar os intensos benefícios de Deus para conosco. Quem pensa em Deus Onipotente não poderá ser tão desagradecido que não diga muitas vezes: "Grandes coisas operou em mim, aquele que é poderoso (Luc 1,49).

(Fonte: Catecismo da Igreja Católica - Ed. Vozes - 1962)

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Ave Gratia Plena: Festa de Nossa Senhora do Monte Carmelo




Foi no Monte carmelo que o profeta Elias, viu uma nuvem num período de grande seca. Esta nuvem, que precedia uma chuva redentora ao qual o povo de Israel tanto almejava. Com forma de mão humana esta nuvem, era figura da Virgem Maria da qual sairia o Redentor que iria lavar nossos pecados com seu santíssimo sangue. Dos seguidores de Elias, surgira mais tarde a ordem dos eremitas do Carmo. Originando na palestina esta ordem se difundira pelo mundo chegando inclusive na Inglaterra onde vivia São Simão Stock.


Nascido em 1165 no castelo de Harford, no condado de Kent, Inglaterra, fora consagrado desde pequeno por sua mãe a Maria Santíssima. Com sete anos de idade iniciou o estudo das Belas artes no Colégio de Oxford e durante sua primeira comunhão consagrou sua virgindade a Virgem Santa. Perseguido pela inveja do irmão mais velho e atendendo a um pedido interior decide então se isolar aos 12 anos, encontrando refúgio em uma floresta onde viveu isolado durante 20 anos, em penitência e orações. São Simão Stock teve revelações de Nossa Senhora que pedira ao pequeno monge que se integrasse a um grupo de eremitas que vivia no monte Carmelo, na Palestina. Após estudar teologia e receber a sagrada Ordem, em 1213 durante a visita de dois frades carmelitas, recebeu o hábito da Ordem, em Aylesford. Na manhã do dia 16 de julho de 1251, após fervorosas orações à Mãe do Carmelo rogando-lhe sua proteção, recitando a bela oração por ele composta, Flos Carmelis. Segundo ele próprio relatou ao Pe. Pedro Swayngton, seu secretário e confessor, de repente “a Virgem me apareceu em grande cortejo, e, tendo na mão o hábito da Ordem, disse-me: '"Recebe, diletíssimo filho, este Escapulário de tua Ordem como sinal distintivo e a marca do privilégio que eu obtive para ti e para todos os filhos do Carmelo; é um sinal de salvação, uma salvaguarda nos perigos, aliança de paz e de uma proteção sempiterna. Quem morrer revestido com ele será preservado do fogo eterno’”. São Simão Stock após vários esforços e milagres que o acompanhara entregou sua alma a Deus no dia 16 de maio de 1265. Nossa Senhora além do escapulário apareceu ao Papa JoãoXXII, a 03 de março de 1322, comunicando àqueles que usarem seu Escapulário: “Eu, sua Mãe, baixarei graciosamente ao purgatório no sábado seguinte à sua morte, e os lavarei daquelas penas e os levarei ao monte santo da vida eterna”. Juntamente com várias promessas:
1º Quem morrer com o Escapulário não padecerá o fogo do inferno.
2º Nossa Senhora livrará do Purgatório quem portar seu Escapulário, no primeiro sábado após sua morte.


Flos Carmeli,
vitis florigera,
splendor caeli,
virgo puerpera
singularis.


Mater mitis
sed viri nescia
Carmelitis
esto propitia
stella maris.


Radix Iesse
germinans flosculum
nos ad esse
tecum in saeculum
patiaris.


Inter spinas
quae crescis lilium
serva puras
mentes fragilium
tutelaris.


Armatura
fortis pugnantium
furunt bella
tende praesidium
scapularis.


Per incerta
prudens consilium
per adversa
iuge solatium
largiaris.


Mater dulcis
Carmeli domina,
plebem tuam
reple laetitia
qua bearis


Paradisi
clavis et ianua,
fac nos duci
quo, Mater, gloria
coronaris.
Amen.

domingo, 15 de julho de 2007

7º Domingo depois de Pentecostes


Melhor do que o rei Salomão, ensinou Jesus a sabedoria verdadeira que nos legou no evangelho e na palavra de sua esposa, a Igreja. É necessário, e é absolutamente indispensável para entrarmos no reino dos Céus, seguir e amar com inteireza esta doutrina. A Epístola e o Evangelho são o que o dizem: "Não é aquele que diz Senhor, Senhor, que entrará no reino dos Céus, mas o que fizer a vontade de Deus". São Paulo procura convencer-nos da mesma verdade e da necessidade para todos impreterível de pertencer a Cristo sem reservas e de lhe ser fiel até a morte.

Peçamos a Deus que nos conduza no caminho da sua justiça e que aparte de nós tudo o que nos pode causar dano e nos conceda tudo o que nos pode servir de auxílio.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Teologia Ascética e Mística: A Ira




A ira é uma aberração do sentimento instintivo que nos leva a defender-nos, quando somos atacados, repelindo a força com força. Diremos: 1º a sua natureza; 2º a sua malícia; 3º os seus remédios.


A ira considerada como paixão, é uma necessidade violenta de reação, determinada por um sofrimento ou contrariedade física ou moral. Esta contrariedade desencadeia uma emoção violenta que distende as forças no intuito de vencer a dificuldade: sente-se então impulsos de descarregar a cólera sobre pessoas, animais ou coisas.


A ira considerada como sentimento, é um desejo ardente de repelir ou castigar um agressor. Há uma cólera legítima, uma santa, indignação, que não é senão o desejo ardente, mas racional, de infringir aos criminosos o justo castigo. Foi assim que Cristo Nosso Senhor entrou em justa cólera contra os vendilhões do templo, que com seu tráfico contaminavam a casa de seu Pai; o sumo sacerdote Heli, pelo contrário, foi severamente censurado por não ter reprimido o mau procedimento de seus filhos.


Mas a cólera, que é vício capital, é um desejo violento e imoderado de castigar o próximo, sem atender as três condições indicadas. Muitas vezes é a cólera acompanhada de ódio, que procura não somente repelir a agressão, mais ainda tirar pela vingança; é um sentimento mais reflectivo, mais duradouro, e que por isso mesmo tem mais graves conseqüências.
Quando a cólera é simplesmente um movimento transitório de paixão, é de sua natureza pecado venial: porque então há excessos na maneira ao qual ela se exerce, neste sentido que ultrapassa a medida, mas não há, assim o supomos, violação das grandes virtudes da justiça e da caridade. Contudo há casos em que é tal o excesso, que o colérico perde o domínio de si mesmo e se deixa arrastar por graves insultos contra o próximo.


A cólera, que chega a ódio e rancor, quando é deliberada e voluntária, é pecado mortal de sua natureza, porque viola gravemente a caridade e muitas das vezes a justiça. É neste sentido que N. Sr. Jesus Cristo disse: "Todo aquele que irar contra seu irmão, será réu no juízo. E o que disser a seu irmão: raca (idiota, pateta, mentecapto, bobo), será réu no conselho. E o que lhe chama insensato, será réu do fogo do inferno". Mas se o movimento de ódio não é deliberado, ou se não se lhe dá consentimento imperfeito não passará de leve falta. Os efeitos da cólera, quando não são reprimidos são às vezes terríveis.


Sob o aspecto da perfeição, é a ira, diz São Gregório, um grande obstáculo ao progresso espiritual. É que, de fato, se não reprimimos, faz-nos perder: 1º a sabedoria ou a ponderação; 2º a amabilidade, que faz o encanto das relações sociais; 3º a preocupação da justiça, porque a paixão impede de reconhecer os direitos do próximo; 4º o recolhimento interior, tão necessário a união íntima com Deus, à paz da alma, à docilidade, às inspirações de graças.
Para prevenir a cólera, é bom a costumar-nos a refletir, antes de fazer qualquer coisa, para nos não deixarmos dominar pelos primeiros ímpetos da paixão. Para melhor sofrer a ira, é útil divertir a atenção, isto é, pensar em qualquer coisa diversa do que possa reanimá-la; é necessário, pois, desterrar as lembranças das injúrias recebidas. Devemos invocar o auxílio de Deus, quando nos vemos agitados pela cólera, à imitação dos apóstolos, combatidos pelo vento e tempestade no meio do mar, porque Deus mandará às nossas paixões que sosseguem e sobreviverá a grande tranqüilidade.


(Fonte: Compêndio de Teologia Ascética e Mística - 1961 - Apostolado da Imprensa)

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Atualidades: Novo documento veio confirmar a verdade sempre pregada pela Igreja: “Fora da Igreja católica não há salvação”!


Após a publicação de um documento, autorizando que os padres da Igreja voltassem a celebrar a missa no rito tradicional sem haver a necessidade de uma jurisdição episcopal, o Papa Bento XVI veio publicar um novo documento no qual reafirma uma verdade que a Igreja sempre afirmou ao mundo: que a Igreja Católica é a única Igreja de Cristo, seu fundador. Tal publicação gerou polêmica e reações contrárias de outras denominações ditas cristãs. Com certeza não se esperava elogios e nem aplausos sobre este documento, mas a medida com que foram proferidas as manifestações contra a Esposa de Cristo, demonstram a grande hostilidade do mundo atual as verdades da fé cristã. Desde sua origem a Igreja de Cristo sofreu ataques, tanto de inimigos externos quantos de inimigos que surgiram em grande maioria no seio da própria Igreja. Uma das primeiras heresias a ser enfrentada, foi nomeada de heresia dos judaizantes, composta de judeus convertidos ao cristianismo, no qual queriam impor a doutrina mosaica da circuncisão aos pagãos recém-convertidos. No primeiro concílio ecumênico da Igreja (concílio de Jerusalém por volta do ano 48 d.C. – At 15,5s; Gl 2,1s) fora estabelecido o fim da circuncisão, sendo considerada desnecessária para a salvação dos gentios que abraçaram a fé cristã. Percorrendo os séculos de história do cristianismo verifica-se, o surgimento de muitas outras heresias desde a era apostólica até os dias atuais. Outras heresias surgiram para “chacoalhar” as estruturas dos muros da Igreja, como fora à heresia do Arianismo (século IV) que negava a divindade de Cristo. Outra grande heresia que desafiou a fidelidade da Esposa de Cristo fora à heresia da iconoclastia que surgira de uma má interpretação dos dez mandamentos sobre o culto das imagens (ressuscitada pelas mãos de Lutero no século XVI). Tal heresia que surgira nos séculos VIII e IX foi de grande importância para a Igreja Ortodoxa que enfrentou fielmente este grande mal. Um grande evento fora realizado na Igreja no século XIII, quando a Igreja enfrentava uma crise de relações políticas e religiosas com o rei da França Felipe o belo. Tal evento seria o lançamento de dois grandes documentos da Igreja promulgado pelo papa Bonifácio VIII, no jubileu do ano 1300, estes dois documentos eram o Clericis laicos e a grande bula papal Unam sanctam. O documento da bula Unam Sanctam diz que fora da Igreja não há salvação, exceto casos em particular de lugares onde a fé não teria sido ainda pregada, onde o indivíduo teria uma graça especial, caso em sua vida tivesse sido fiel a lei natural imposta pelo criador ao corações dos homens, leis estas que estão presentes na maioria das religiões (exemplo: não matar, não roubar, não cometer adultério, etc.). O papa compara a Igreja como a arca de Noé, no qual, somente se salvaram do grande dilúvio os que estavam na arca.

Séculos mais tarde após outras heresias enfrentadas pela Igreja, guardiã e depósito da fé, surge a “reforma” protestante. Liderada por Martinho Lutero que considerava “venda de indulgências” o fato dos fiéis depositarem donativos para financiar as reformas da basílica de São Pedro em Roma, de forma que, ao realizar este ato de esmola era concedido indulgências de acordo com as normas prescrita para a concessão. Diferentemente do que muitos livros de história divulga ser a indulgência, esta não se trata de perdão dos pecados mas sim das penas temporais prevista a quem os cometem. As penas temporais, como a doutrina da Igreja descreve, trata-se de uma condenação imposta pelo pecado venial (no caso do pecado mortal a pena concedida é a morte eterna, somente com a confissão são redimidos a pena mortal e a culpa). As penas temporais podem ser eliminadas ou liquidadas através de orações, jejuns e abstinências, esmola (caridade) ou pela concessão da própria Igreja que em ocasiões especiais (romarias, visita a cemitérios e Igrejas, Jubileu, etc.) concede a remissão das penas das almas em alto estado de graça.

A pseudo-reforma protestante surgira em uma época que já se encontrava hostil ao cristianismo (humanismo versus teocentrismo) e práticas medievais da Igreja naquele período. Por isso o grande êxito alcançado por esta revolta contra a hierarquia e as instituições da Igreja. Um exemplo da hostilidade seria o fato do nascimento da burguesia que necessitava crescer através do lucro, lembrando que a Igreja católica desde tempos remotos condenava o lucro considerando-o como pecado de usura, daí o apoio em massa da burguesia ao movimento protestante. Muitos príncipes e reis não aceitava que grandes porções de terra pertencia a Igreja (porções esta que a Igreja ganhava como doações e com o tempo forma se acumulando) em seu território e muitos uniram-se com os protestantes contra a supremacia da Igreja. Um exemplo mais do que clássico fora a do rei da Inglaterra Henrique VIII que para poder se casar novamente, contrariando um mandamento de Cristo e da Igreja fundou sua própria Igreja (Henrique VIII teve seis). Para combater a “reforma” protestante a Igreja se reuniu num dos maiores concílios de sua história, o Concílio de Trento no século XVI. Neste concílio a Igreja condenou firmemente o movimento protestante e estabeleceu reformas profundas dentro da própria instituição. Uma destas reformas fora a criação dos seminários para que os padres fossem melhores preparados para exercer o ofício de sacerdotes. Uma das mais distorcidas medidas tomadas pela Igreja para combater tal mal fora a retomada do tribunal do santo ofício que encarregava de condenar os hereges e seus ensinamentos contrários a fé.

Vendo a trajetória da Igreja ao longo destes dois mil anos de cristianismo é notável observar que ela sempre foi alvo de ataques internos e externos, lembrando que também não tratamos da perseguição religiosa imposta pela revolução francesa, revolução comunista e a revolução cultural do século XX. Não é de se estranhar num mundo extremamente hostil ao cristianismo e as verdades de fé cristã se oponha as declarações da esposa de Cristo. O movimento protestante continua nos nossos dias e arrasta muitos fiéis a perderem a alma com doutrinas humanas contrárias aos ensinamentos de Cristo confiado a sua Igreja. Hoje é extremamente assustador o número de denominações ditas cristãs, existentes e que são fundadas a todo ano. Existe os mais variados gostos de seitas, desde as que se demonstram extremistas até as mais liberais que exaltam os extintos e a sensualidade. Muitos se posicionaram contra a medida do papa, por ser firmemente contra a Igreja Católica, enquanto outros dentro da própria igreja (muitos desinformado e desinteressados de conhecer a doutrina de sua própria religião) se posicionaram contra por levar em conta o aspecto emocional e não o racional. É muito claro que na atualidade os homens em sua grande maioria preferiram adorar a um “deus falso” moldado de acordo com seus interesses, criando religiões que estejam mais de acordo com seus desejos, do que o trabalho de defender a verdade que somente podem ser tomadas pelos verdadeiros fiéis que não deixa levar pelo sabor do egoísmo humano.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Atualidades: Por que a liberação da missa tridentina gerou tantos protestos e reações?




O Papa Bento XVI surpreendeu o mundo católico ao divulgar no final de junho um documento, no qual ele em sua autoridade de chefe visível da Igreja, libera aos padres sem nenhuma jurisdição, a celebrar missa no rito de São Pio V promulgado no concílio de Trento no século XVI. Tal aprovação do Sumo Pontífice gerou reações tanto de católicos esquerdista quanto de judeus. Qual seria o motivo pelo qual essas pessoas que inclui bispo da própria Igreja a reagir contrário a essa determinação?
Primeiramente resumindo sobre a missa no rito tradicional, não resume apenas no fato de uma missa celebrada em latim (língua oficial da Igreja), mas se trata de um rito de missa celebrado por mais de mil anos, e que, só foi oficializado e uniformizado no concílio de Trento no século XVI. A missa no rito tradicional tem em sua essência o caráter sacrifical, no qual remonta a estrutura dos sacrifícios da antiga aliança, sendo que, neste caso o sacrifício é o próprio Cristo. O sacerdote com o povo direcionado em uma única referência (versus Dei), celebra a missa em grande parte de costa para os fiéis. Neste rito é observado também um número bem maior de reverência ao santíssimo sacramento (o corpo e o sangue de Cristo), e outros elemento característicos de um sacrifício, além de orações compostas durante séculos de Cristianismo que com a reforma foram abandonados pela liturgia nova. As reformas do concílio Vaticano II modificaram de tal forma a estrutura da missa que ela passou a ter um caráter de “ceia judaica” e não mais de um sacrifício. Revoltados com tais mudanças que não correspondiam mais à fé Católica muitos fiéis e clérigos não aceitaram as mudanças proposta pelo concílio e continuaram a celebrar a liturgia de modo tradicional. O bispo francês Dom Marcel Lefebvre liderou um grupo de católicos incluindo bispos e padres para formar a Fraternidade sacerdotal São Pio X que zelava pela antiga liturgia. Esse determinado grupo teria sido excomungado pelo papa João Paulo II por ter celebrado uma sagração episcopal sem autorização do Vaticano, o que foi interpretada como crime canônico.
Apesar dos esforços de muitos Bispos e padres que não aceitaram as mudanças proposta pela Igreja sob a liderança do Papa Paulo VI, a reação antitrento foi esmagadora, principalmente na América latina, onde, uma onda Marxista tentava modificar a interpretação do evangelho a luz da doutrina socialista. Os malefícios trazidos por tal interpretação foram motivos para que o vaticano reagisse no papado de João Paulo II, no qual foram condenados por este mesmo pontífice. Após a onda da chamada teologia da libertação que dessacralizou o catolicismo existente na América Latina, uma onda pentecostal invade o seio da Igreja, a chamada Renovação Carismática Católica. Tal movimento que teve sua origem nos movimentos pentecostais protestantes americanos serviu de quebra ao materialismo imposto pelos “tls”, mas condicionou a Igreja a uma “modernização” dos meios tradicionais de evangelização, que acabou em grande parte com a verdadeira essência da espiritualidade ensinada pela Igreja em dois mil anos de história.
Após tantas ondas que abalaram os muros da Igreja de Cristo, não é de se estranhar que a retomada às origens venha causar tanto furor e reações contrárias. O mundo ocidental vive em crise de fé, causada pelo pluralismo e relativismo existente. A idolatra da democracia e busca do lucro a qualquer preço tem feito de vítima a própria sociedade contemporânea em sua nefasta ideologia demagógica. A busca da riqueza a qualquer preço se tornou o objetivo de vida de muita pessoas, que muitas das vezes tentam a qualquer preço crescer, nem que tenham que apelar pela ilegalidade e pela imoralidade. A busca de satisfazer os prazeres carnais até o mais deplorável deles é justificada como um direito do cidadão. Um crime pode se tornar lei graças à tão “idolatrada” democracia, o que é algo que fere a razão humana em sua integridade. Crimes contra a moral e contra a inocência se tornam a cada dia, principalmente incentivado pelos órgãos de mídia, algo de banal e justificável ao modo de ser do homem moderno, “livre para expressar seus sentimento e desejos”. Os espaços que ganham as prateleiras de livros com esoterismo e livros de auto-ajuda demonstram a falta de bom senso e a instabilidade emocional e racional de uma sociedade que ignorou suas raízes cristãs e seus conceitos que foram à base para a formação de grandes sociedades e civilizações do passado. Num mundo que ignorou o equilíbrio e a busca da perfeição como objetivos supremos de vida não é de se estranhar que alguns ainda tenham a infelicidade de reafirmar que estamos no rumo certo.
Algo de lógico é realmente reconhecer que o mundo no passado também teve seus erros, mas é mais coerente reconhecer que nestas sociedades se buscava o caminho glorioso do bem, e da justiça para aperfeiçoar o homem e a civilização de um modo geral. Reconhecer que o homem na sua atualidade fez grandes prodígios e mudanças importantes são algo realmente legítimo, mas o torna mais legítimo reconhecer que tais mudanças não foram suficientes e nem totalmente coerente com a verdade e com a moral. Tornando realmente o “tão admirado” mundo ocidental com sua “democracia” e “liberdade’ uma superficialidade gritante para olhos atentos e sensatos de quem se deixa guiar pelos olhos da razão humana. Devemos sim continuar a progredir mas temos muito que aprender com nossas raízes cristãs a buscar um mundo mais justo e perfeito para nós e nossos descendentes”.
Concluindo, chegamos a um ponto no qual compreendemos o porque de tanta reação contrária à liberação da missa no rito tradicional. Isso representa um olhar para o passado onde fica mais claro e aberto as nossas feridas. A Igreja desde o concílio até hoje só perdeu em sua liturgia e qualidade de fiéis. Escândalos no clero, missa sacrílegas, falta de apelo missionário que impede até de evangelizar os índios, crescimento das seitas e das filosofias orientais são sinais claros de uma sociedade doente e necessitando reaver seus conceitos. Criticas de outras religiões são algo mais que ignóbil e sem sentido, mas ao mesmo tempo algo de compreensível já que se trata de membros não ligados ao corpo místico de Cristo e que não tem nenhuma competência e autoridade para tais manifestações. Quando a reação parte dentro das autoridades eclesiásticas que são subordinadas a autoridade do bispo de Roma, já se torna algo realmente preocupante e de questionamento sobre o comportamento de certas autoridades eclesiásticas.
(Fotos: 1ª gravura de uma missa celebrada no rito tradicional; 2ª Bispo francês Dom Marcel Lefebvre; 3ª Papa Bento XVI - foto de o globo online)

domingo, 8 de julho de 2007

6º Domingo depois de Pentecostes


Um grande pensamento domina toda a liturgia de hoje: a necessidade de destruir o pecado por meio de um arrependimento sincero, e de pedir a Deus a graça de não cair novamente nele. É pelo Batismo que morremos para o pecado e é na Eucaristia que encontramos as forças necessárias para podermos caminhar sem desfalecer no caminho da virtude. A Igreja impregna ainda do pensamento destes dois sacramentos que conferiu aos fiéis na Páscoa e no dia de Pentecostes, e continua a falar deles neste tempo.

Na Epístola São Paulo nos recorda com insistência, que, uma vez mortos para o pecado, no Batismo, devemos viver a vida nova, a vida que é sem pecado e que vem de Deus. Caso venha ocorrer que caindo em pecado, estando então na grande desgraça de nos despojar dessa vida nova, deveremos então recorrer aos pés de Deus implorar o seu perdão para continuarmos a louvá-lo em torno do altar. Deus não deixará de ouvir a nossa prece e de firmar os nossos passos na vereda dos seus mandamentos, porque ele diz que é a coragem, o escudo e o guia de seu povo. O Evangelho, finalmente, aponta-nos a fonte divina aonde devemos beber a força de que precisamos para seguir o Senhor até ao Céu sem desfalecer pelo caminho.

A multiplicação dos pães é com efeito figura da Eucaristia, que é viático para todos nós, não apenas no fim da vida quando se empreende a viagem para ó além, mas durante a vida toda. Ela aperfeiçoa a graça do Batismo, dando-nos força para não cair, e alentando e desenvolvendo a vida de Deus em nós até desabrocharmos na plenitude da pátria aonde vamos.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Teologia Ascética e Mística: A Inveja



A inveja é, ao mesmo tempo, paixão e vício capital. Como paixão, é uma espécie de tristeza profunda que se experimenta na sensibilidade à vista do bem que se observa nos outros; esta impressão é acompanhada de uma contrição do coração que lhe diminui a atividade e produz um sentimento de angústia.

A inveja é uma tendência a entristecer-se do bem de outrem, como se fosse um golpe vibrado à nossa superioridade. Muitas das vezes é acompanhada do desejo de ver o próximo privado do bem que nos faz sombra.

Nasce pois, do orgulho este vício, que não pode tolerar superiores nem rivais. Quando um está convencido da própria superioridade, entristece-se ao ver que outros são tão bem ou melhor dotados que ele, ou que ao menos alcançam maiores triunfos. O objeto da inveja é sobretudo as qualidades brilhantes; contudo em homens sérios também o podem ser qualidades sólidas e até virtude.

Manifesta-se este defeito pela mágoa que um sente, ao ouvir louvar os outros; e então procura-se atenuar esses elogios, criticando os que são louvados. Muitas das vezes confunde-se inveja com ciúme; quando se distinguem, define-se este como um amor excessivo do seu próprio bem, acompanhado pelo temor de nos seja arrebatado por outros.

A inveja em si é um pecado mortal, de sua natureza, porque é diretamente oposto a virtude da caridade, que exige que nos regozijemos com os bens de outrem. Nos seus efeitos a inveja muitas das vezes incita a odiar aqueles que são objetos da inveja ou ciúme, e por conseqüência, de falar mal deles, de os desacreditar, caluniar, ou de lhes desejar o mal. Além do ódio a inveja tende a semear divisões até no seio da família (recorde-se da história de José), ou entre famílias aliadas; e estas divisões podem ir muito longe e criar inimizades e escândalos. A inveja impele à conquista imoderada das riquezas e das honras, já que para sobrepujar aqueles a quem tem inveja, entrega-se o invejoso excesso de trabalhos, a manobras mais ou menos leais, em que se encontra comprometida a honradez. Perturbando a alma do invejoso, este pecado, não dá sossego e nem paz, enquanto que não se consegue eclipsar, e dominar os próprios rivais.

Os remédios para esse terrível mal consistem em desprezar os primeiros sentimentos de inveja e ciúme que se levantam no coração, e os esmagar como coisa ignóbil, a maneira de quem esmaga um réptil venenoso; em divertir para outra coisa qualquer; depois de restabelecido o sossego, refletir então que as qualidades do próximo não diminui as nossas, antes nos são incentivo para as imitarmos.
(Fonte: Teologia Ascética e Mística - Livraria apostolado da imprensa - 1962)

terça-feira, 3 de julho de 2007

Catecismo Online: Em nome do Pai...



No Símbolo, vemos a seguir a palavra "Pai". Ora dar-se a Deus nome de "Pai" sob vários pontos de vista. Necessário pois, explicar primeiro o sentido, que lhe cabe este lugar.


Ainda que a fé não alumiasse suas trevas, chegaram alguns a reconhecer que Deus é uma substância eterna, da qual tiveram origem todas as coisas, e cuja providência tudo governa, e tudo conserva em sua ordem e posição.


Assim como chamamos de pai a quem funda uma família, e a dirige com critério e autoridade, assim quiseram eles, por analogia chamar de Pai, a quem reconheciam como criador e governador de todas as coisas.


A sagrada escritura emprega o termo também no mesmo sentido. Falando de Deus, devemos lhe atribuir a criação, o domínio e a admirável provisão de todas as coisas (Deut 32,6).


Pelo nome de Pai, a revelação nos permite entrever aos poucos o que se acha profundamente oculto e encerrado naquela "luz inacessível onde Deus habita (Hebr 2,11)", mistérios que a perspicácia do espírito humano não podia certamente atingir, nem tão pouco suspeitar.


O termo indica que, na unidade da natureza divina, não podemos crer na existência de uma pessoa, mas de várias pessoas realmente distintas.
(Fonte: Catecismo da Igreja Católica - 1962 - Ed. Vozes)

domingo, 1 de julho de 2007

5º Domingo depois de Pentecostes


A liturgia deste domingo nos ensina o modo como devemos perdoar as injúrias e, como no anterior, tem aqui esta doutrina dois elementos por base: a história de Davi que continua a ler-se no breviário e uma passagem da Epístola de S. Pedro cuja festa celebramos nesta semana.

Uma grande lição de caridade se desprende destas considerações e compreendemos agora a escolha do Evangelho e da Epístola que nos pregam ambos o dever impreterível de perdoar. "Sede pois unânimes na oração e não deis mal por mal, nem ultraje por ultraje", diz a Epístola. "Se apresentares a tua oferta no altar, diz o Evangelho, e te lembrares de que o teu irmão tem algo contra ti, deixa diante do altar a tua oferta e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão". A comunhão da missa exprime os sentimentos de Davi ao apoderar-se da cidade de Sião e mandar colocar nela a Arca do Senhor. Isto foi a recompensa da sua invencível caridade, dessa virtude indispensável para que o culto tributado a Deus pelo homem no templo santo lhe seja verdadeiramente agradável. A Epístola e o Evangelho salientam o que é sobretudo quando nos reunirmos para orar que mais nos devemos unir. O melhor meio para alcançar esta virtude é o amor de Deus e desejo veemente dos bens eternos e da felicidade que reina na corte do Deus vivo, onde se entra senão pela porta estreita da renúncia e da abnegação cristã.