segunda-feira, 24 de março de 2008

Liturgia: Análise do Ofício divino


O ofício divino abrange, como já vimos, duas partes; Ofício da noite e do dia.



Formam o Ofício da noite: Matinas e Laudes. No ofício do dia, entram quatro horas, chamadas horas menores, porque de fato não são tão longas, nem tão solenes (Primas, Tertia, Sexta e Noa). Incluindo as Vésperas e Completas.



Ofício da noite - Matinas e Laudes: Ofício de Matinas é a hora canônica mas importante, a que tem maior conexão com as primeiras assembléias cristãs, sempre convocadas pelo meio da noite e encerradas com a madrugada. Como significação simbólica, recorda os mistérios do Natal e da Paixão. Nessa hora, com efeito nasceu Jesus. Nessa hora, também, é que sofreu as dores da agonia, no Horto do Getsêmani, que se ultimou a traição de Judas, que tiveram início os tormentos da Paixão.



As matinas são compostas de um invitatório, ou convite para louvar a Deus, e de três partes chamadas de noturnos. Cada noturno são regularmente três salmos, três antífonas, um versículo e três lições. Tirando tudo isso da Sagrada Escritura para o primeiro noturno; da história do santo que se comemora ou de algum sermão de padre da Igreja, para o segundo; e das homilias sobre o evangelho do tempo ou da festa, para o terceiro. Depois de cada lição vem o responsório, menos na última que termina com lição, vem um responsório, menos na última que termina com o Te Deum, cântico de ação de graças, atribuído a diversos autores, em especial a Santo Ambrósio e Santo Agostinho. O costume de cantar as matinas durante as noites manteve-se apenas em poucas Ordens religiosas. Clérigos que tenham obrigação de rezar o breviário podem dizer as matinas, quer nas vésperas da tarde, quer de manhã antes da missa.



As Laudes (do latim "laudare" louvar, "Laudes" louvores) tem este nome, porque os salmos que as constituem são consagrados especialmente a celebrar os louvores de Deus. É o ofício da aurora. Nele se saúda com júbilo a esperança do nascer de um novo dia.



As Laudes abrangem quatro salmos e um cântico, sendo geralmente o quinto salmo de louvor. Termina lendo-se um capítulo extraído das Sagradas Escrituras, um hino, o cântico Benedictus seguido de antífona, como aliás todos os salmos, é uma oração.



Ofício do dia - Horas menores: A primeira hora, prima é um apêndice da primeira oração de Laudes. Destina-se ambos a festejar o alvorecer do novo dia a recordar a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.



Tertia, Sexta e Noa constam de um hino, três salmos ou a três divisões de salmos, seguidos de um capítulo, de versículo e da oração do dia. Tertia (9h da manhã) - evoca a descida do Espírito Santo; Sexta (meio-dia) - evoca a crucifixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e uma antiga tradição a Ascensão de Nosso Senhor; Noa (15h da tarde) - A morte de Jesus na Cruz.



Véspera (Latim "vesper", tarde) - A etimologia o diz: Vésperas são o ofício da tarde. Corresponde ao sacrifício dos judeus que era oferecido, outrora, no templo de Jerusalém ao declinar do dia. A intenção da Igreja é santificar por elas as últimas horas, glorificando a deus, exaltando e agradecendo os benefícios. Pelo momento em que se rezam, recordam a instituição da Eucaristia que se realizou à tarde.



A composição das Vésperas é vasada nos moldes das Laudes. A diferença é o cântico do Magnificat, sendo nas solenidades o padre faz a incensação do altar durante a recitação deste cântico.



Completas (do latim "completorium", complemento) - O nome desta hora vem ao fato desta complementar as oração de véperas e terminar assim os ofícios do dia. Atribui-se a São Bento a criação desta hora. A hora das completas lembra a agonia de Jesus no horto e sua sepultura. Depois das completas reza-se uma antífona mariana: Alma Redemptoris - Advento; Ave Regina - da Purificação até a Páscoa; Regina Coeli - da Páscoa até Trindade; Salve Regina - Da trindade até o Advento.



Fonte: Doutrina Católica - Manual de instrução religiosa para uso dos Ginásios, Colégios e Catequistas voluntários - Curso Superior - Terceira parte - Meios de Santificação - Liturgia - Livraria Francisco Alves - Editora Paulo de Azevedo Ltda - São Paulo; Rio de Janeiro; e Belo Horizonte - 1927

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