Catecismo Online: "Padeceu sob Pôncio Pilatos"

Importante ressaltar o fato histórico contido neste artigo do credo que foi tão bem descrito pelos evangelistas. Muito importante também, é que os fiéis conheçam os pontos principais deste mistério, principalmente por confirmarem partes essenciais da nossa fé. Neste artigo assentam, como que em sua base, a religião e a fé cristã. Estando bem lançado, todas as outras verdades se mantêm firmes e inabaláveis.

Se há algo que ofereça dificuldade ao espírito humano, será sem dúvidas o mistério da cruz, que de todos é considerado o mais difícil e impenetrável. Todo esforço é pouco, para chegarmos a compreender que nossa salvação depende da própria cruz, e daquele que nela foi pregado por nossa causa.

No entanto, o Apóstolo ensina que nisso devemos admirar a soberana providência de Deus. Uma vez que o "mundo com toda a sua sabedoria, não reconheceu a Deus em sua sabedoria, aprouve a Deus a salvar os crentes pela loucura da Cruz". Não admira, pois, que os profetas antes da vinda de Nosso Senhor, e aos apóstolos depois de sua morte e ressurreição, tanto fizessem para convencer aos homens de que ele era o redentor do mundo, e submetê-los ao poder da obediência do crucificado.

Por não haver nada que tanto se afaste da compreensão humana, como o mistério da Cruz, Deus não cessou, logo depois do pecado, de anunciar a morte de seu filho, já por figuras, já pelas predições dos profetas.

Vamos falar de algumas figuras. Em primeiro lugar, Abel morto pela inveja de seu irmão Caim (Gen 4,3-8); depois a imolação de Isaac (Gên 22,1-14); o cordeiro sacrificado pelos judeus, ao saírem do Egito (Êxo 12,1-14-21ss); a final, a serpente de bronze que Moisés esculpiu e elevou no deserto (Num 21,4-9). Representavam antecipadamente a paixão e morte de Cristo Nosso Senhor.

Quanto aos profetas, é por demais conhecido os numerosos que anunciaram a paixão do Senhor.

Sem falar de Davi que nos salmos, abrangeu todos os principais mistérios de nossa redenção (Salmos: 2, 15, 21, 44, 71, 109 (8 68 108) etc), distingue-se, entre os mais, as predições de Isaías. São tão claras e evidentes que, com razão, se nos afiguram ser antes a narração de fatos consumados, do que uma previsão de coisas futuras ( Isa 53).

(Fonte: Catecismo da Igreja Católica - Ed. Vozes - 1962)