domingo, 4 de novembro de 2007

23º Domingo depois de Pentecostes: "Ele tomou a jovem pela mão e ela se levantou". (Ev.)

O tempo depois de pentecostes é a imagem da longa peregrinação que a Igreja vai descrevendo sobre a terra, e estes últimos domingos são, por assim dizer as etapas finais. E é por este motivo que se lê no breviário os profetas maiores e menores que nos falam no fim dos tempos. Jeremias, depois da deportação dos judeus para a Babilônia, corria para as muralhas em ruínas da cidade santa e gritava: "Vede, Senhor a solidão desta cidade outrora cheia de riquezas! Está sentada na desgraça e no luto a rainha dos povos. Tem chorado todas as noites e as suas faces estão cavadas pelas lágrimas". Mas pouco tempo depois clama, iluminado pela esperança do Redentor: "O Senhor resgatou e salvou seu povo. Eles hão-de voltar e abalar com cânticos a montanha de Sião". O profeta Ezequiel, que fora cativo para Babilônia, proclama os dias da libertação para todos os que quiserem andar nos caminhos da verdade: "Não quero a morte do ímpio, diz o Senhor, mas que ele se converta e viva. Deixai, deixai os caminhos errados". E contempla o grande templo do futuro onde se reunirá o povo para prestar a Deus um culto perfeito, quando estiver regressado as colinas eternas de Sião. Daniel, um dos cativos, declara a Nabucodonosor que a pedra que ele vira em sonhos derrubar a grade estátua de ouro, prata, ferro e barro, e tornar-se depois uma grande montanha, era a figura de Cristo cujo o reino ia de absorver todos os outros e substituir para sempre. Dos profetas menores a Igreja cita especialmente Oséias, que anuncia especialmente o término do reino de Israel e que há um povo que não era de Deus seria dito: "Vós sois os filhos do Deus vivo"; e que estão aos filhos de Judá e de Israel terá um só chefe. Palavras, diz santo Agostinho, que nos revelam claramente a vocação dos gentios e a união definitiva de todos os povos, no fim dos tempos, sob o estandarte comum da Redenção. O intróito da missa de hoje retirado do livro do Profeta Jeremias é um cântico de libertação. Que força não devemos sentir ao pensar no termo do nosso exílio que a Igreja nos assegura ao recordar-nos que os "pensamentos de Deus são pensamentos de paz".

O Aleluia e o Ofertório da missa de hoje são um grito de dor imensa, cheio de certezas consoladoras. A Epístola nos convida a renunciar aos prazeres da Terra para acertarmos os passos pelas veredas do Céu, onde temos os nossos direitos de cidadãos e donde esperamos o Salvador. Finalmente o Evangelho, o relato duplo de prodígio de cura e ressurreição, fala-nos também da infinita misericórdia de Deus que se há de revelar simultaneamente com a sua justiça no fim dos tempos, e de cuja grandeza e extensão, ainda que os milagres de Cristo nos dê uma idéia, só poderemos julgar a plena luz da revelação. E todos estamos compreendidos nesta grande obra de resgate que se opera continuamente. Peçamos a Deus com a Santa Igreja, que dê remate a obra que por sua infinita misericórdia começou em nós.


Evangelho de Domingo:


Continuação do Santo Evangelho de Nossos Senhor Jesus Cristo Segundo São Mateus: Naquele Tempo:
Falava Jesus, quando se apresentou um chefe da sinagoga. Prostrou-se diante dele e lhe disse: Senhor, minha filha acaba de morrer. Mas vem, impõe-lhe as mãos e ela viverá.
Jesus levantou-se e o foi seguindo com seus discípulos.
Ora, uma mulher atormentada por um fluxo de sangue, havia doze anos, aproximou-se dele por trás e tocou-lhe a orla do manto.
Dizia consigo: Se eu somente tocar na sua vestimenta, serei curada.
Jesus virou-se, viu-a e disse-lhe: Tem confiança, minha filha, tua fé te salvou. E a mulher ficou curada instantaneamente.
Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus os tocadores de flauta e uma multidão alvoroçada. Disse-lhes:
Retirai-vos, porque a menina não está morta; ela dorme. Eles, porém, zombavam dele.
Tendo saído a multidão, ele entrou, tomou a menina pela mão e ela levantou-se.
Esta notícia espalhou-se por toda a região.

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