Dentre as ricas e grandiosas basílicas romanas em que se celebram majestosamente as cerimônias do culto após as perseguições, destaca-se logo no primeiro plano aquela cuja dedicação comemoramos hoje. Situada no Monte Célio, o palácio lateranense pertencia então a Fausta, mulher de Constantino. Depois de se converter o imperador legou-o ao Papa para domicílio privado, fundando anexa ao palácio a igreja de Latrão que se tornou mãe de todas as igrejas do mundo. No dia 4 de novembro do ano 324, São Silvestre consagrou-a sob o título de Basílica do Santíssimo Salvador. Foi a primeira consagração pública de uma igreja. Muito depois já no século XII, foi dedicada a São João Batista, a quem já era dedicada o batistério adjacente, e daí ficou a se chamar de basílica de São João de Latrão. Nesta basílica e no palácio contíguo, reuniram-se, desde o século IV ao século XVI, mais de 25 concílios, dos quais cincos foram ecumênicos. Nesta mesma basílica eram celebradas as mais solenes festas do ano litúrgico. Lá se conferia as ordenações e os batismos aos catecúmenos no dia da Páscoa. O quinto domingo da quaresma se tinha início nela, onde também se iniciava a procissão do Domingo de Ramos e a Terça das rogações. As cerimônias de quinta-feira santa, Sábado Santo, Sábado In Albis e a vigília de Pentecostes eram realizadas nessa basílica. Tendo sido destruído o primeiro edifício, restaurou-o de novo Bento XIII em 1726. O aniversário desta última consagração foi fixado, como o da primeira, no dia 9 de novembro.
Omnium Urbis et Orbis Ecclesiarum Mater et Caput
Lefebvre, Dom Gaspar. Missal Quotidiano e Vesperal. Bruges, Bélgica; Abadia de S. André, 1960
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