Pelos termos "Céus e Terra", deve-se tornar tudo o que o Céu e Terra compreendem. Além dos Céus, que o profeta considerava "obra de suas mãos", Deus também criou a claridade do Sol e o encanto da Lua e de outros corpos celestes, para que "servissem de sinais para os tempos, os dias e os anos". Aos astros marcou uma órbita inalterável, de sorte que não pode haver coisa mais rápida que suas contínuas rotações, nem coisa mais regular que sua velocidade.A par do firmamento, Deus criou do nada seres de natureza espiritual, os inúmeros anjos, cujo ministério era servir-lhes, e assistir diante do seu trono. Conferiu-lhes depois o admirável dom da sua graça e poder.
Se na bíblia está escrito: "O demônio não persistiu na verdade"(Jo 8,44), não padece dúvida que ele e os outros anjos rebeldes haviam recebido a graça, desde o primeiro instante de sua existência.
Santo Agostinho diz respeito: "Criou os anjos dotados de boa vontade, quer dizer, com o casto amor que os uniu a Deus. Formando a natureza destas criaturas, infundiu-lhes ao mesmo tempo a graça. Daí devemos concluir que os anjos bons nunca se viram destituídos de boa vontade, isto é, de amor a Deus.
Dotados que eram, todos, de prendas celestiais, muitos deles abandonaram todavia a Deus, seu pai e criador. Foram conseguinte, derrubados de seus altos tronos, e detidos numa prisão muito escura numa Terra, onde sofreram o eterno castigo de sua soberba.

Deles escreve o príncipe dos apóstolos: "Deus não poupou os anjos que pecaram, mas acorrentados os precipitou nos abismos dos infernos, para serem cruciados, e tidos em reservas até o dia do juízo.
Com o poder de sua palavra, Deus também firmou a Terra em bases sólidas (Sal 103,5;8,9), e deu-lhe um lugar no meio do Universo. Fez que os morros se erguessem, e os campos baixassem ao nível que lhes tinha marcado. E para que as massas de água não inundassem a terra, "assentou-lhes limites dos quais não passarão, e não tornarão a cobri-la".
Por último Deus formou do limo da Terra o corpo do homem, de maneira que fosse imortal e impassível, não por exigência da própria natureza, mas por efeito da bondade divina.
A alma porém, Deus a criou
à sua imagem e semelhança, e dotou-lhe de livre arbítrio. Além de tudo, regulou os movimentos e apetites da alma, de sorte que sempre obedecessem ao império da razão. Finalmente, deu-lhe ainda o admirável dom da justiça original, e que tivesse o governo de todos os outros seres animados.
à sua imagem e semelhança, e dotou-lhe de livre arbítrio. Além de tudo, regulou os movimentos e apetites da alma, de sorte que sempre obedecessem ao império da razão. Finalmente, deu-lhe ainda o admirável dom da justiça original, e que tivesse o governo de todos os outros seres animados. Com noções do "Céu e da terra", compreende-se, pois, a criação de todas as coisas. O Profeta resumiu tudo em poucas palavras: "Vossos são os Céus e Terra. Vós criastes o orbe da Terra, e tudo o que nele se contém"(Sal 88,12).
(Fonte: Catecismo da Igreja Católica - Ed. Vozes - 1962)
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