sábado, 25 de agosto de 2007

25 de Agosto, São Luís Rei de França

Nasceu em 1215 e subiu ao trono muito novo, ainda com 12 anos de idade. Recebeu educação esmeradíssima de sua mãe, a Rainha Branca de Castela, que lhe repetia com freqüência que devia preferir a morrer do que cometer um pecado mortal. Gostava de se chamar Luís de Poissy, do nome do lugar onde recebera o batismo, para indicar com isto que tinha em maior apreço o título de cristão do que todos os outros de glória terrena. "Foi o rei mais santo e mais justo, diz Bossuet, que jamais cingiu a coroa". Era assíduo nos ofícios divinos que mandava celebrar solenemente no seu palácio e ouvia todos os dias duas missas. Levantava-se à meia-noite para Matinas e começava as tarefas do dia pelo ofício de prima. Introduziu na sua capela o costume de genuflectir às palavras do Credo Et homo factus est, e, na Paixão, onde se lê que Jesus expirou, o costume de se ajoelhar e ficar em silêncio e que depois fora adotado por toda a Igreja Universal. "Ouvindo dizer que os nobres o censuravam por assistir a tantas Missas e sermões, respondeu que se dispense dobrado tempo no jogo dos dados e da caça pelas florestas, nada haveriam de repreender". A sua piedade não o impediam no entanto de administrar os negócios do Estado na maior parte de seu tempo. Havendo adoecido gravemente, fez voto de empreender uma nova cruzada para conquistar Jerusalém. Vitorioso a princípio, caiu nas mãos dos sarracenos. Restituído a liberdade, demorou-se ainda quatro anos no Oriente para socorrer os cristãos. Depois de regressar a França, fundou numerosos mosteiros e mandou construir a Santa Capela, relicário insigne da Santa Coroa de Espinhos de Cristo e de parte da importante relíquia da Santa Cruz que Balduíno II de Constantinopla lhe oferecera. Muito austero consigo e de grande caridade com os outros, costumava a dizer, "que mais vale que um rei se arruíne por dar esmolas por amor de Deus que fastos e vãs glórias". " Muitas vezes, diz Joinville, ia no verão depois da missa para o bosque de Vincennes, sentava-se debaixo de um carvalho e mandava-nos sentar a volta. E todos os que tinham negócio a tratar, vinham falar-lhe ali". Trazia sempre consigo a Cruz para indicar que ainda não cumprira o voto de reconquistar Jerusalém. Organizou pois uma segunda cruzada, mas a peste dizimou-lhe o exército inteiro e não o poupou. De braços cruzados e debaixo de cinzas, entregou a alma a Deus a 25 de Agosto de 1270, à hora em que o Senhor expirou na Cruz. Na véspera da morte, ouviram-no repetir: "iremos a Jerusalém". Era com efeito na Jerusalém celeste, que conquistou com sua paciência no meio das adversidades, que ia agora reinar para sempre com o Rei dos reis.


Lefebvre, Dom Gaspar. Missal Quotidiano e Vesperal. Bruges, Bélgica; Abadia de S. André, 1960.

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