domingo, 5 de agosto de 2007

10º Domingo Depois de Pentecostes: "Todo o que se exalta será humilhado, e todo que se humilha será exaltado." (Ev.)



A Liturgia deste domingo procura inculcar no espírito dos fiéis o sentido justo da humildade cristã, que consiste em atribuir a Deus todo o bem verdadeiro e toda santidade. Porque os nossos atos, com efeito, só poderão ser sobrenaturais, isto é santos, se procederem do Espírito que Jesus enviou aos Apóstolos no dia de Pentecostes, e que não cessa de conceder aqueles que humildemente lho pedem. Pelo que a obra da nossa santificação é inteiramente impossível, se tentarmos realizá-la sozinhos. É necessário reconhecer a nossa incapacidade, as nossas más tendências, toda esta gama de coisas mínimas e imponderáveis que não vemos e nos fazem apalpar tristemente a lama original da nossa natureza; é necessário, digo, reconhecer tudo isto, ser humildes, portanto, para sentimos a necessidade de pedir e Deus ter ocasião de nos dar. Porque Deus reconhece longe os orgulhosos e vê de perto os humildes. O orgulho é, portanto, o maior inimigo das almas.


"Deus, segundo São João Crisóstomo, verbera o orgulhoso. Ele submergiu o mundo, queimou Sodoma, destruiu o exército dos egípcios, porque, não tenhamos dúvidas, foi Deus que feriu todos estes povos. Mas, direis vós, Deus é bom e é Pai. Todavia, estas não são palavras vazias, mas fatos que não podemos negar. Ou não foi punido o rico que desprezou Lázaro? E as Virgens tolas não foram repudiadas pelo esposo? O Senhor diz que sim! Ora pelo que o Senhor disse e fez no passado podemos prever o que fará no futuro. Tenhamos portanto sempre diante de nós o rio de fogo as cadeias que rolam, as trevas, o ranger dos dentes e o verme que dilacera. Será o modo mais eficaz de cultivarmos a humildade que nos faz dizer com a Igreja: "Clamei pelo Senhor e ele ouviu-me" (Intr.).


Defendei-me, Senhor, como a pupila dos olhos. Vós vede Senhor, o que é reto e justo (Grad.). Ao senhor elevei a minha alma e nele coloquei a minha esperança. Não me torneis, Senhor, objeto de irrisão para aqueles que me querem mal.


Evangelho de Domingo:


+ Continuação do Santo Evangelho segundo São Lucas. Naquele tempo: Propôs Jesus esta parábola a uns que confiavam em si mesmo, como (se fossem) justos, e desprezavam os outros: Subiram dois homens ao templo a fazer oração: um fariseu e outro publicano. O fariseu, de pé, orava no interior desta forma: Graças te dou, ó Deus, porque não sou como os outros homens: ladrões, injustos, adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes na semana; pago o dízimo de tudo o que possuo. O publicano, porém, conservando-se a distância não ousava ainda nem levantar aos olhos ao Céu, mas batia no peito dizendo: Meu Deus, tende piedade de mim pecador. Digo-vos que este voltou justificando para sua casa, e não outro; porque quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado.


(Fonte Missal Quotidiano - Dom Gaspar Lefebvre - 1957)

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