domingo, 19 de agosto de 2007

12º Domingo Depois de Pentecostes

O Evangelho deste Domingo é o do bom samaritano. O Senhor revela-nos nele simultaneamente a lei que deve presidir a nova sociedade que vai fundar e a finalidade e necessidade da incarnação do Verbo. O homem, com efeito, depois do pecado original era um viajante que os ladrões tinham roubado e deixado quase morto a beira da estrada. Vieram os sacerdotes, os ministros do velho testamento, viram-no e foram adiantes impotentes para resgatar o gênero humano. Foi preciso que viesse o Salvador, o bom samaritano, "que se aproximou de nós, diz São Beda, fazendo-se homem e dobrando-se sobre a miséria a que tínhamos chegado, derramou nas nossas chagas o azeite e o vinho que são os sacramentos regeneradores da nossa alma. A hospedaria onde nos levou é sua Igreja. Aí nos cura e nos fortalece com o azeite dos Sacramentos e com o pão e o vinho da Eucaristia para continuarmos até o Céu a grande viagem que empreendemos". O que o Senhor fez conosco e o que nos recomendou uma parábola do bom samaritano devemos praticá-lo sempre com todos os homens. É precisamente aqui que reside a nossa grandeza. Tornando-mos, por assim dizer, como Deus que fez chover sobre o justo e o injusto. O amor ao próximo, com efeito, possui qualquer coisa de divino. É sobrenatural na origem, porque procede do Espírito Santo; é sobrenatural no objeto, porque se dirige a Deus na pessoa de nossos irmãos. Amemos pois, e amenos todos os homens. Lancemos, nós que nos dizemos filhos da Igreja e discípulos de Cristo, lancemos contra a onda subversiva de ódio que incendeia o mundo o ataque da caridade de Cristo, porque, pensemos bem, só com esta arma poderemos vencer.





Evangelho de Domingo:




Continuação do Santo Evangelho segundo São Lucas. Naquele tempo: Disse Jesus a seus discípulos: ditosos os olhos que vêem o que vós vedes. Porque eu vos afirmo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós vedes, e não viram; e ouvir o que vós ouvis, e não ouviram. E eis que se levantou um certo doutor da lei, e lhe disse para o tentar: Mestre, que devo eu fazer para possuir a vida eterna? Jesus disse-lhe: O que é que está escrito na lei? Como lês tu? Ele respondendo disse: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, e com todas as tuas forças, e com todo o teu entendimento, e o teu próximo como a ti mesmo. E Jesus disse-lhe: Respondeste bem; faze isso e viverás (eternamente). Mas ele, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é meu próximo? E Jesus retomando a palavra, disse: Um homem descia de Jerusalém para Jericó, e caiu na mão dos ladrões, que o despojaram (do que levava); e, tendo-o maltratado, retiraram-se, deixando-o meio morto. Ora aconteceu que passava pelo mesmo caminho um sacerdote, o qual, quando o viu, passou de largo. Igualmente um levita, chegando perto daquele lugar, e, vendo-o, passou adiante. Mas um samaritano, que ia seu caminho, chegou perto dele; e, quando o viu, moveu-se de compaixão. E, aproximando-se ligou-lhe as feridas, lançando nelas azeite e vinho; e, pondo-o sobre o seu jumento, levou-o a uma estalagem, e teve cuidado dele. E no dia seguinte tirou dois dinheiros, e deu-os ao estalajadeiro, e disse-lhe: Tem cuidado dele, e quanto gastares a mais, to satisfarei quando voltar. Qual destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões? Ele respondeu: O que usou de misericórdia. Então Jesus disse-lhe: Vai, e faze tu o mesmo.

Lefebvre, Dom Gaspar. Missal Quotidiano e Vesperal. Bruges, Bélgica; Abadia de S. André, 1960.

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