domingo, 20 de janeiro de 2008

São Sebastião, Mártir (PADROEIRO DA CIDADE DE SÃO SEBASTIÃO DO RIO DE JANEIRO)











Nos primórdios do Cristianismo, fora sepultado São Sebastião, cujo martírio aconteceu no mesmo dia de São Fabiano Papa, mas há cinqüenta anos mais tarde, sob Diocleciano. Santo Ambrósio diz que São Sebastião era milanês de nascimento. Outras notícias são dadas por Arnóbio, o jovem, mais fruto de suas devoções e fantasias, no século V. Amigos do Imperador, São Sebastião teria aproveitado para socorrer os irmãos na fé, os cristãos. Fazia apostolado procurando converter soldados e prisioneiros; aliás o próprio governador de Roma, Cromácio, e seu filho Tibúrcio foram convertidos por São Sebastião e sofreram o martírio. O destemido e audaz centurião (o santo) teve de comparecer diante do Imperador para dar satisfação sobre o seu procedimento. O imperador se queixou que tinha confiado nele e que esperava dele uma brilhante carreira e ele o havia traído. Foi condenado sem apelação. Sendo amarrado a um tronco de laranjeira, tendo o corpo coberto de flexas envenenadas na presença de toda gente e antigos colegas de ofício.






Irene, uma mulher cristã, providencial, que apreciava os conselhos de Sebastião, junto com um grupo de amigos, foram ao local onde estava o santo, e com assombro, comprovaram que o mesmo ainda estava vivo. O desamarraram e Irene o escondeu em sua própria casa e curou as suas feridas. Passado um tempo, nosso querido santo, já curado, quis continuar seu processo de evangelização e, em vez de se esconder, com valentia apresentou-se de novo a Maximiano, o qual ficou assombrado. Maximiano não deu ouvido os pedidos de Sebastião para que deixasse de perseguir aos cristãos e ordenou a seus soldados que o açoitassem até a morte.







Após sua morte, foi enterrado em um cemitério subterrâneo sob a Via Ápia. Mais tarde a Igreja construiu na parte posterior da catacumba um templo em honra do santo: A Basílica de São Sebastião que lá existe até hoje e recebe grande romaria dos seus devotos. Existe ainda uma capela em Palatino em homenagem a São Sebastião. Em cima uma foto de uma pintura (museu de Pushkin) mostrando Irene curando as feridas de São Sebastião. A Irene que cuidou de São Sebastião é a mesma Santa Irene cuja festa é celebrada no dia 30 de Março.








São Sebastião é considerado pela Igreja Padroeiro do Rio de Janeiro. A este título se deve ao fato da expulsão dos Calvinistas franceses do Rio de Janeiro em 1567, no qual São Sebastião foi visto lutando do lado dos portugueses contra os hereges.


Obs: Hoje é o domingo da Septuagésima, e por se tratar de um domingo a festa deste santo só ocorre nas localidades onde ele é tido como padroeiro. É o que acontece no Rio de Janeiro, por exemplo.




(Fonte: Um Santo para cada dia - Mario Sgarbossa, Luigi Giovannini - Paulus - 2005 - 6ª Edição / http://www.cademeusanto.com.br/sao_sebastiao.htm )

Um comentário:

. disse...

A Festa de São Sebastião comemorada por todo o Brasil

A partir do dia 11 de janeiro teve início a Novena de São Sebastião
em todas as Paróquias, igrejas e comunidades dedicadas ao Santo Mártir,
cuja festa se celebra no dia 20.

No Brasil o santo é festejado desde o início da nossa história.


No dia 20 de janeiro numerosas cidades, grandes, pequenas e até povoados, do nosso imenso Brasil comemoraram a Festa de seu santo Padroeiro: o mártir cristão São Sebastião.
Maior número de Paróquias levam seu nome e recebem a sua proteção.

As capelas são incontáveis por todo o território nacional, e a devoção popular a este santo mártir dos primórdios da Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo continua sendo bem grande.

Os santos canonizados pela Igreja são exemplo de vida para todos nós. O Mártir alcança sua glorificação mais rapidamente, pois o próprio Nosso Senhor diz “quem der testemunho de mim diante dos homens, também Eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está nos Céus” (Mt 10, 32).

Ao Brasil chegou a fama de São Sebastião com os primeiros missionários, e com os próprios portugueses que aqui vieram. Martirizado pelo imperador pagão Maximiliano, morreu no ano 288. Os milagres que Deus operava pela sua intercessão foram em tal quantidade e tão espetaculares, que bem podemos imaginar como as populações se encomendavam a ele.

Em Porto Seguro, onde Pedro Álvares Cabral chegou com a sua frota “a caminho da Índia”, o cronista Pero Vaz de Caminha relata que a 22 de abril do ano do Senhor 1500 “os nossos toparam um grande monte, mui alto e redondo ao qual monte alto o capitão pôs o nome Monte Pascoal e à terra a Terra de Vera Cruz.” Aqui existe a Paróquia de São Sebastião, que celebra sua Novena entre os dias 11 a 20 de janeiro, sendo seus festejos os mais tradicionais do Município.

A Cidade “Cartão Postal” do Brasil, e durante anos a Capital do Império, banhada pelas águas da Bahia de Guanabara, tinha como nome São Sebastião de Rio do Janeiro. No meio da Praça está a Estátua de São Sebastião, para mostrar a importância do local que foi palco da batalha que em 1567 resultou na expulsão dos protestantes calvinistas franceses do Rio de Janeiro e na qual Estácio de Sá foi ferido. Em seu louvor foi construída uma igreja no Morro do Castelo, a qual foi demolida com a implantação da república, no início do século XX. Todo ano, no dia 20 de janeiro, realiza-se a procissão de São Sebastião que sai da Igreja de São Sebastião dos Frades Capuchinhos na Tijuca termina nesta estátua, onde é interpretado o Auto da vida do santo.

No litoral de São Paulo, a 30 Kms da Serra de Boiçucanga, divisa natural das tribos dos índios Tupinambás, ao norte, e Tupiniquins, ao sul, se encontra a Cidade de São Sebastião, que recebeu este nome em homenagem ao santo do dia em que passou ao largo da Ilha São Sebastião, hoje chamada Ilha Bela, a expedição de Américo Vespúcio: 20 de janeiro de 1502.

Também ao norte de Brasil, na cidade de Olinda-Recife, foi construída em 1686 a igreja dedicada a São Sebastião. Nesse mesmo século XVII uma epidemia de febre amarela urbana atinge a Olinda. O governador ordena que se faça uma procissão com a Imagem de São Sebastião, conhecido protetor contra a peste, a fome e a guerra, e a peste desaparece. Fica no bairro de Varadouro.

Multiplicam-se as cidades que levam seu nome, ou que ao ser fundadas levavam seu nome. Um exemplo, no Estado de Minas Gerais, a cidade hoje chamada de Areado. A povoação foi fundada em 25 de abril de 1823 pelo Guarda-Mor Joaquim José da Cunha Bastos, juntamente com Antônio dos Reis Rosa e João Marques de Araújo, sendo esses dois últimos os doadores da área de aproximadamente 500 hectares, que costituiram o patrimônio inicial. Neste dia foi celebrada a primeira missa , pelo Padre Venâncio José Siqueira e essa data ficou registrada como de fundação da cidade, àquela época chamada Povoado de São Sebastião de Areado. Em 1823, ainda, foi construída por Joaquim da Cunha Bastos, a Capela dedicada a São Sebastião.

Mais para o sul, a 50 Kms de Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina, encontramos a antiga Freguesia de São Sebastião da Foz do Rio Tijucas (criada tão só em 1848, elevada a Vila em 1859), cuja origem se deve ao navegador Sebastião Caboto, italiano a serviço dos espanhóis, primeiro a avistar o caudaloso rio Tijucas em 1530. Perde seu nome primitivo e se laiciza em 1916 para se chamar Município de Tijucas, cuja igreja está dedicada ao Mártir São Sebastião desde 1899.

Com o estabelecimento do regime republicano e a separação da Igreja e do Estado, foram se perdendo os nomes religiosos de muitas cidades. Entretanto ainda se conservam numerosos municípios com o nome de São Sebastião e numerosas paróquias dedicadas a este grande santo e mártir, cuja festa comemoramos no dia 20 de janeiro.


Material recolhido pelo Padre José Luis de Zayas
pe.jlzayas@gmail.com