A festa dos anjos da guarda separou-se da de São Miguel Arcanjo, com a qual andou durante muito tempo confundida. Celebrava-se já no século XVI na Espanha e foi estendida para a Igreja universal por clemente X em 1670, e pelo mesmo pontífice fixada pelo primeiro dia livre depois da festa de São Miguel, quer dizer, no dia dois de outubro. Vivendo já na posse da glória, os anjos têm por missão primária adorar a divindade. E por isso a Santa Igreja nos faz pedir a Deus, no prefácio, a graça de nos unirmos as vozes angelicais para o louvar. Mas os anjos, como do nome se depreendem, são mensageiros de Deus incumbidos de velar por nós e de executar os mandamentos do Senhor. Por esse motivo se chamaram anjos da guarda. Tem-se por certo que todas as comunidades cristãs, países, famílias, dioceses, igrejas e agremiações religiosas possuem o seu anjo da guarda particular. É doutrina certa que todo o batizado tem o seu anjo. A Santa Igreja aplica a nós o que Deus disse a seu povo já no Antigo Testamento: "Enviarei o meu anjo, que vá diante de ti e te guarde e te introduza na terra que te preparei". O nosso anjo da guarda tem por ofício proteger-nos e defender-nos, a fim de que, debaixo da sua proteção e do seu abrigo das ciladas do inimigo, possamos alcançar a terra prometida da vida eterna. Este companheiro fiel merece da nossa parte aquela veneração e sentido reconhecimento que devem tributar a um Santo que goza já na visão beatífica do Céu. Para nos encorajar nesta prática, instituiu a Santa Igreja esta festa dos Santo Anjos da Guarda.
Santo Anjo do senhor, meu zeloso guardador, já que a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, me guarda, me governe e me ilumine. Amém.
Lefebvre, Dom Gaspar. Missal Quotidiano e Vesperal. Bruges, Bélgica; Abadia de S. André, 1960
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