O que prova, claramente, ser este o sentido destas palavras, é a profissão de fé do Sagrado Concílio de Constantinopla: "O qual desceu dos Céus, por amor de nós homens, e por causa de nossa salvação, encarnou de Maria Virgem por obra do Espírito Santo, e fez-se homem.
Assim também explicou São João Evangelista que, ao peito do próprio Senhor e Salvador, havia haurido o conhecimento deste profundo mistério. Depois de ter explicado a natureza do Verbo Divino com as palavras: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus, e o Verbo era Deus"; Conclui por fim: "E o verbo se fez carne e habitou entre nós"(Jo 1,1 e 14).
O verbo, que é pessoa de natureza divina, assumiu de tal forma a natureza humana que a pessoa e hipóstase das naturezas humana e a divina é uma e a mesma.
Daí resultou que, nessa admirável união, se conservaram as operações e propriedades de uma e outra natureza. Na frase do célebre pontífice São Leão Magno, "nem a glória da natureza superior destruiu a inferior, nem a elevação da natureza inferior diminuiu a dignidade da superior".
Quando dizemos que o filho de Deus foi concebido por obra do Espírito Santo, não afirmamos que esta pessoa da Santíssima Trindade consumou sozinha o mistério da Encarnação. Ainda que só o filho assumiu a natureza humana, nem por isso deixa de ser um dos autores deste mesmo mistério. Todas as três pessoas da Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo são participantes na autoria deste mistério.
Em geral, devemos ter como norma de fé cristã: Tudo o que Deus opera fora de si nas criaturas é obra comum das três Pessoas. Uma não opera mais do que a outra, nem uma sem a outra.
A única coisa que não pode ser comum a todas as pessoas é o modo de proceder uma da outra. Com efeito, só o filho é gerado pelo Pai; o Espírito procede do Pai e do Filho.
Tudo porém o que operam para fora é obra comum das três pessoas, sem diferença alguma. A esta espécie de operação pertence a Encarnação do Filho de Deus.
Apesar disso, a Sagrada Escritura, costuma dar coisas que são comuns das três Pessoas, atribuir umas a esta pessoa, e outras aquela, como por exemplo ao Pai o supremo poder sobre todas as coisas, ao Filho a sabedoria, e ao amor ao Espírito Santo.
Como o mistério da Encarnação de Deus nos revela a singular e imensa benignidade de Deus para conosco, é por este motivo que, de modo particular, atribuímos esta operação ao Espírito Santo.
(Fonte: Catecismo da Igreja Católica - Ed. Vozes - 1962)
3 comentários:
Denuncia.
http://ilhacancaonovadafantasia.blogspot.com/
um abraço.
Ok, estou analisando.
Abraços.
É, realmente confesso que desconhecia o fato.
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