O ofertório e a comunhão exprimem de maneira surpreendente os sentimentos do grande perseguido da desventura: "Deitai sobre mim o vosso olhar e vinde em meu auxílio. Confundi e humilhai diante de mim todos aqueles que me querem tirar a vida. Senhor, não esquecei a vossa justiça. Vós conduzistes os meus passos desde a juventude. Agora, que estou velho, não me abandoneis Senhor". Deus, diziam os amigos de Jó para encorajá-lo, exalta os humildes e levanta e cura os aflitos de coração. E o evangelho da missa de hoje repete: Todo o que se elevar será humilhado, e todo o que se abaixar, será exaltado.
Deus com efeito, depois de provar Jó com as maiores humilhações, eleva-o novamente e dá-lhe o dobro de tudo quanto anteriormente possuía. Jó é figura de Cristo, que, depois das humilhações no Gólgota, seria exaltado a apoteose da ressurreição. É ainda a figura de todo o cristão, que terá lugar de hora no banquete das núpcias do Cordeiro se na terra praticar com amor e com fé a virtude da humildade. O orgulho, diz São Tomás, é um vício pelo qual o homem se eleva contra razão acima do que realmente é. O orgulho assenta conseqüentemente no erro e na ilusão. A humildade pelo contrário funda se na mesma verdade. É uma virtude que modera os ímpetos da alma e a inibe de se elevar acima do que é. É por isso que o orgulho também se chama soberba. A alma verdadeiramente humilde aceita submissamente o lugar que lhe cabe e que Deus, verdade suprema e infalível, lhe consignou. Humildade nas palavras, nas conversas, nos atos, nas provas, é a humildade genuína que Jó nos ensina e que o Senhor no evangelho de hoje nos aconselha. Vendo como os fariseus escolhiam os primeiros lugares, quis fazer-lhes compreender o mal grave de que estavam tomando e levá-los deste modo a procurar a cura. Curou com efeito primeiramente o hidrópico inflado no mal e procurou depois, velando a lâmina do escalpelo na gaze sutil da parábola, curar a hidropisia espiritual dessas pobres almas cegas e condutoras de cegos. O mundo só se encontra bem na exaltação e na enfatuação permanente do orgulho e esquece-se de que a humildade é a condição indispensável para entrar no reino de Deus.
No dia 14 de setembro último, foi posta em prática a determinação do Sumo pontífice o Papa Bento XVI, que liberava a celebração da missa no rito tradicional, que jamais foi proibido, mas que estava sob a jurisdição episcopal. A partir desta data, então, os padres de todas as dioceses do planeta poderão celebrar a missa nos moldes tradicionais sem nenhuma intervenção de superiores. Uma grande conquista para nós católicos que poderemos desfrutar de tão grande benefício.
Mas uma vez a Imprensa ignorante, não em sua totalidade, mas uma grande maioria, ao expor o assunto referido, denominou a missa tradicional como "missa em Latim". O que demonstra claramente que muitos que trabalham nos órgãos de imprensa são extremamente iletrados ao tratar dos assuntos do catolicismo. Infelicidade deles, que sempre tendenciosos a expor a verdade de maneira manipulada em acordo com seus interesses envolvidos. Prefiro me abster sobre detalhes do que vejo todo dia na televisão, e fazer um apelo aos católicos do mundo, que procurem se aprofundar na fé que dizem pertencer e defender. Procure conhecer o catecismo e os documentos da Igreja, e irão descobrir a imensa riqueza que alguns padres preferem deixar as ocultas. Vivam intensamente a fé, que é única e fruto da razão humana, que acolhe uma verdade revelada diretamente do reino dos Céus, e ignore as mentiras do mundo e de seu pai, o Demônio.
Lefebvre, Dom Gaspar. Missal Quotidiano e Vesperal. Bruges, Bélgica; Abadia de S. André, 1960.
3º e 4º Parágrafos: Equipe Blogguer Precioso Depósito
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