A estação de hoje reunia-se na igreja de Santa Maria chamada In Dominica, pelo fato de os cristãos ai se congregarem no domingo. Era tradição ter sido nele que São Lourenço distribuía os bens da Igreja aos pobres. Era no Século V paróquia de Roma.
Como nos três domingos da Septuagésima, Sexagésima e Qüinquagésima, são nos 2º, 3º e 4º Domingos da Quaresma lidos textos do Antigo Testamento que formam a trama da composição das missas, de sorte que os séculos passados continuam a preparar-nos para os mistérios da Páscoa. No segundo Domingo da Quaresma, lemos em matinas a história da benção solene do velho Isaac, dada no leito da agonia do seu filho Jacó de preferência ao primogênito Esaú, para se tornar o herdeiro e transmissor das promessas e bênçãos divinas. "Sê o Senhor dos teus irmãos e que as nações se prostrem diante de ti. Todos os povos serão abençoados em ti e no que nascer de ti" (Gênesis).
Os Santos Padres vêem no Patriarca Jacó que suplanta o irmão para ser, em vez dele, o objeto dos favores divinos, uma figura de Cristo, o segundo Adão que se torna, em vez do primeiro, o chefe de uma humanidade regenerada e abençoada de Deus, aquele em que o Pai tem todas as complacências e os povos serão abençoados. Comparando os dois textos, o do Gênesis e o do Evangelho da missa, facilmente podemos ver como concordam e se completam no pormenor mais insignificante. Deus abençoou o seu filho revestido de nossa carne, como Isaac abençoou Jacó revestidos das vestes do irmão Esaú. Santo Agostinho, que olha as peles de cabrito como símbolo do pecado, diz que Jacó, cobrindo com ela as mãos e o pescoço, é imagem de Cristo, que, sendo sem pecado, tomou sobre si os pecados dos outros.
Isto deixa-nos ver como a história de Jacó é figura de Cristo e da Igreja. E lembremo-nos que Jesus Cristo, o Filho de Deus, que o Evangelho de hoje nos apresenta transfigurado no Tabor como sendo o objeto das complacências do pai, solidarizou-se conosco a ponto de se vestir com a "nossa carne" e de se deixar morrer por nós para nos tornar co-herdeiros da sua glória e filhos queridos do Pai Celeste. Em Jesus fomos abençoados por Deus - Nele que é o mais velho, o primogênito de muitos irmãos.
Evangelho de Domingo:
Continuação do Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus: Naquele tempo:
Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e conduziu-os à parte a uma alta montanha.
Lá se transfigurou na presença deles: seu rosto brilhou como o sol, suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura.
E eis que apareceram Moisés e Elias conversando com ele.
Pedro tomou então a palavra e disse-lhe: Senhor, é bom estarmos aqui. Se queres, farei aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias. Falava ele ainda, quando veio uma nuvem luminosa e os envolveu. E daquela nuvem fez-se ouvir uma voz que dizia: Eis o meu Filho muito amado, em quem pus toda minha afeição; ouvi-o.
Ouvindo esta voz, os discípulos caíram com a face por terra e tiveram medo.
Mas Jesus aproximou-se deles e tocou-os, dizendo: Levantai-vos e não temais.
Eles levantaram os olhos e não viram mais ninguém, senão unicamente Jesus.
E, quando desciam, Jesus lhes fez esta proibição: Não conteis a ninguém o que vistes, até que o Filho do Homem ressuscite dos mortos.
Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e conduziu-os à parte a uma alta montanha.
Lá se transfigurou na presença deles: seu rosto brilhou como o sol, suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura.
E eis que apareceram Moisés e Elias conversando com ele.
Pedro tomou então a palavra e disse-lhe: Senhor, é bom estarmos aqui. Se queres, farei aqui três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias. Falava ele ainda, quando veio uma nuvem luminosa e os envolveu. E daquela nuvem fez-se ouvir uma voz que dizia: Eis o meu Filho muito amado, em quem pus toda minha afeição; ouvi-o.
Ouvindo esta voz, os discípulos caíram com a face por terra e tiveram medo.
Mas Jesus aproximou-se deles e tocou-os, dizendo: Levantai-vos e não temais.
Eles levantaram os olhos e não viram mais ninguém, senão unicamente Jesus.
E, quando desciam, Jesus lhes fez esta proibição: Não conteis a ninguém o que vistes, até que o Filho do Homem ressuscite dos mortos.
Lefebvre, Dom Gaspar. Missal Quotidiano e Vesperal. Bruges, Bélgica; Abadia de S. André, 1960.
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