quarta-feira, 13 de junho de 2007

Catecismo Online: Creio em Deus...


Estas palavras dão a conhecer a dignidade e excelência da sabedoria cristã, e por ela o quanto devemos à bondade divina que nos leva, sem demoras de raciocínio, a conhecer como que pelos degraus da fé o ser mais sublime e desejável.

Existe, realmente, grande diferença entre a filosofia cristã e a sabedoria deste mundo. Guiada só pela luz da razão, pode esta desenvolver-se aos poucos, pelo conhecimento dos efeitos e pela experiência dos sentidos. Mas só depois de longos esforços é que chega afinal a contemplar, com dificuldade, "as coisas mais invisíveis de Deus"; a reconhecer e a compreender Deus como causa primeira e autor de todas as coisas.

A fé, pelo contrário, aumenta de tal maneira a penetração natural do espírito, que este pode sem esforço elevar-se até o céu, e, inundado de luz divina, contemplar primeiramente o próprio foco de toda luz, e de lá todas as coisas colocadas debaixo de seu clarão.

Com efeito não se pode chegar a Deus, o mais transcendente dos seres, através das leis da natureza, enquanto durar a vida presente. Sendo assim é necessário que nossa alma se desfaça totalmente das faculdades sensitivas.

Esta é a causa por que os filósofos nada de imperfeito poderiam admitir a natureza divina afastando lhe tudo que se referia a matéria, crescimento, composição. Atribuindo-lhe, pelo contrário, a suma plenitude de todos os bens.

Chamavam-lhe sábio, autor e amigo da verdade, justo, supremo, benfeitor. Deram-lhe ainda outros atributos que exprimem uma perfeição suma e absoluta. Nele reconheciam um poder imenso e absoluto, que abrange todos os tempos, todos os lugares, e chega a todas as criaturas.


(Fonte: Catecismo da Igreja Católica - Ed. Vozes - 1962)

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