quarta-feira, 21 de junho de 2006

Vestimentas Sagradas

Quando se é recebido em audiência por um rei da terra, vestem-se em sinal de respeito roupas de festa; o sacerdote faz o mesmo quando aparece no altar em presença do maior dos reis. Estas vestes especiais do sacerdote no altar indicam também que ele não opera em seu próprio nome, mas como representante de Jesus Cristo. — No Antigo Testamento já Deus havia prescrito aos sacerdotes vestes particulares para o serviço divino (Ex. XXVIII, 4), no Novo foram os Apóstolos que inauguraram as vestes litúrgicas (Conc. Trid. XXII, 5).


I. Na missa o sacerdote reveste-se dos seis ornamentos seguintes: o amito, a alva, o cordão ou cíngulo, o manipulo, a estola e a casula.


Estes ornamentos são na maior parte de origem oriental.O amito é um pano de linho branco de que os Orientais se serviam para cobrir o pescoço, e com que os sacerdotes envolviam a cabeça (como o capuz dos religiosos) para serem menos facilmente distraídos durante o sacrifício. Este costume foi conservado em várias ordens religiosas, mas hoje não se coloca senão sobre o os ombros. —




A alva é uma veste de linho branco que desce até aos pés. No Oriente era uso vestir uma longa veste branca em certas circunstâncias, por exemplo nos casamentos, em que o convidado recebia a veste nupcial em casa dos esposos. Jesus Cristo faz alusão a esse uso na parábola do festim das bodas (S. Mat. XXII, 12).








O cíngulo ou cordão serve para segurar as longas pregas na veste, que impediria o passo ao sacerdote. Os Orientais cingem assim a veste para as suas viagens e ocupações; foi assim que Tobias, procurando um companheiro, encontrou um homem com os rins cingidos e pronto para caminhar (Tob.V,5). O simbolismo deste vestido foi indicado por Jesus Cristo mesmo, quando disse: «Cingi vossos rins» (S. Luc. XII, 35)







O manipulo era primitivamente um lenço de linho que o sacerdote levava no braço esquerdo para limpar o rosto; simboliza o feixe de boa obras que se deve apanhar. —









A estola provém sem dúvida da guarnição da antiga toga, insígnia da mais alta dignidade romana. Com as suas duas extremidades pendentes do pescoço sobre o peito, é o símbolo da dignidade sacerdotal: o sacerdote serve-se dela em todas as funções litúrgicas.







A casula é uma veste munida de uma abertura para a cabeça, que cobre o peito e as costas, descendo até aos joelhos. Primitivamente era um longo manto fechado de todos os lados, de onde vem o seu nome de casula, que quere dizer casa pequena.





Fora da missa o sacerdote traz nas suas funções uma túnica de linho, mais curta que a alva, chamada sobrepeliz ou roquete, e nas ocasiões solenes uma capa ou pluvial (espécie de manto).












As vestes especiais do diácono e do subdiácono são a dalmática e a túnica.










Todas as vestimentas do sacerdote ao altar lhe recordam a Paixão de Jesus Cristo ou os seus próprios deveres.





O amito ou umeral recorda o véu com que os soldados cobriram o rosto de Nosso Senhor;















A alva, a veste de ignomínia que Herodes lhe mandou vestir;
















O cordão, as cordas que os soldados o amarraram;
















O manípulo, o véu da Verônica;
















A estola, a cadeia que Jesus Cristo levou depois da sua condenação;













A casula, com a cruz, recorda o levar da cruz. —









O amito exorta o sacerdote à piedade (modéstia dos olhos);a alva, à pureza do coração;O cordão, à castidade (à mortificação) e à preparara a morte (viagem para a eternidade);O manípulo,ás boas obras; a estola recorda-lhe a sua alta dignidade;A casula o seu fardo (os graves deveres do seu estado).( Retirado do: Catecismo Católico popular – Francisco Spirago. 1907)
(Postado por Fernando Z. Bodini a 21/06/2006)

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